ASSINE
search button

Polícia paulista alega que repressão contra manifestantes foi necessária para garantir ordem

Compartilhar

O capitão da Polícia Militar Amarildo Garcia alegou que ação da polícia hoje (17) contra os estudantes que protestavam em frente a prefeitura da capital paulista foi necessária para restabelecer a ordem no local. “Houve a quebra da ordem. Eles incitaram contra a Polícia Militar, quebraram o alambrado, quiseram invadir a prefeitura. Jogaram rojão e pedra contra a prefeitura”, justificou.

A Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana usaram cassetetes, bombas de gás e balas de borracha para dispersar, no início da noite, um grupo de cerca de 400 estudantes em um protesto contra o aumento das passagem de ônibus. O valor subiu, no último dia 5 de janeiro, de R$ 2,70 para R$ 3. O reajuste de 11,11% foi definido no fim do ano pela prefeitura. Os vereadores Antônio Donato e José Américo, ambos do PT, também foram atingidos na confusão. “Fui tentar impedir a loucura da polícia. Atirar contra jovens desarmados é um absurdo”, disse Donato.

Um jovem de 24 anos teve o nariz quebrado ao ser imobilizado e chutado pelos policiais. Ele foi algemado e levado ao Hospital do Servidor Público onde recebeu atendimento médico. De acordo com o capitão Garcia, o rapaz feriu três policiais com uma bandeira. Segundo a integrante do Movimento Passe Livre, Nina Cappello, o ato é uma forma de pressionar a prefeitura para negociar um valor menor para as passagens. De acordo com ela, o movimento, formado principalmente por estudantes universitários e secundaristas, chegou a ser recebido pela Secretaria Municipal de Transportes no início da tarde, mas não houve acordo. Após o confronto, os manifestantes voltaram a se reagrupar em frente ao prédio da prefeitura com a intenção de fazer uma vigília durante o resto da noite.