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MG: procurador deve denunciar senador por caixa 2

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Portal Terra

MINAS GERAIS - Um suposto esquema de desvio de verbas e caixa dois para a campanha de 1998 à reeleição do então governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB-MG) deverá levar o político ao Supremo Tribunal Federal (STF). O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, deverá acusar Azeredo de participação no esquema em denúncia a ser entregue naquela corte. Azeredo, hoje senador, perdeu a eleição para Itamar Franco. O desvio de verba vem sendo chamado de "mensalinho" ou "mensalão mineiro".

A denúncia tem base em relatório elaborado pelo Instituto Nacional de Criminalística (INC) da Polícia Federal (PF). O inquérito, relacionaria 36 pessoas ao esquema. Entre os nomes de destaque estariam o atual ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia, o publicitário Duda Mendonça e o empresário Marcos Valério - os dois últimos envolvidos no mensalão.

Entre os crimes listados na documentação estaria a formação de caixa dois: a coligação de Azeredo (PSDB e PFL, hoje Democratas) teria declarado à Justiça Eleitoral apenas R$ 8,55 milhões, dos mais de R$ 80 milhões gastos na campanha, sem contar os R$ 20 milhões que ficou devendo.

A denúncia do procurador deverá ficar pronta por volta do dia 30. O inquérito policial sobre o caso, assinado pelo delegado Luiz Flávio Zampronha estaria sendo estudado por Souza há dois meses.

Azeredo afirmou que espera receber do procurador o mesmo tratamento dispensado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do mensalão. - O presidente Lula não foi citado (na denúncia do mensalão), apesar de ter havido dúvidas sobre a Visanet. Acho que são situações semelhantes. Se há alguma dúvida em relação às estatais de Minas, também houve dúvidas em relação ao Banco do Brasil e o presidente Lula não foi citado - disse o senador ao Estado.