Portal Terra
RONDONÓPOLIS - Um dia após a tragédia durante a simulação da Polícia Militar, que deixou 1 morto e 11 feridos no bairro Jardim das Flores, em Rondonópolis (MT), o secretário adjunto de Segurança Pública, coronel Jorge Roberto Ferreira da Cruz, visitou a casa dos feridos pelos tiros.
Em visita à família de Lindesand da Conceição Vieira, 9 anos, que foi atingida na perna e faz tratamento em casa, Cruz pediu desculpas pelo ocorrido.
- Houve realmente uma falha e ela vai ser apurada. Estou aqui representando a Secretaria pendido desculpas pelo erro fatal -, disse.
Apesar da visita oficial, a mãe da menina, Elissandra da Conceição Viana, 26 anos, não escondia sua revolta com a apresentação.
- Eles falaram que seria um desfile. Ninguém falou em simulação de seqüestro. O lugar é muito pequeno. Tinha policial atirando até em cima de árvore -, contou.
Para ela, foi um absurdo total fazer um evento como esse.
- Um erro desde o começo. Nos falaram que ia ter desfile, não que iria ter simulação de seqüestro -, criticou.
Segundo Elissandra, as pessoas começaram a gritar assim que os policiais começaram a atirar.
A mãe da vítima estava ao lado do policial Gilberto Carlos Pires do Nascimento, que foi atingido no rosto.
- Ele até me avisou que as balas não eram de verdade. Logo depois, ele colocou a mão no rosto e estava ensangüentado -, comentou.
Um dia após a tragédia, a mãe afirma que chegou a alertar Lindsand para não acompanhar a apresentação. A menina, que se escondeu atrás de um poste durante o tiroteio, insistiu para que a família acompanhasse o desfile e a mãe decidiu ficar ao lado da filha.
- Eu senti um 'trem' entrando na minha perna, muito rápido -, lembrou Lindsand, que diz ter olhado para o lado e visto seus colegas no chão, atingidos por balas.
O pai da garota, Aparecido Vieira, acredita que o fato de a filha não ter sido atingida com maior gravidade foi um milagre.
- Graças a Deus que nossa filha está bem e sofreu menos. Ela tomou só um tiro e está bem. Só por Deus mesmo -, desabafou o pai.