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São Paulo não participa de mobilização da Polícia Rodoviária Federal

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Agência Brasil

SÃO PAULO - A Polícia Rodoviária Federal (PRF) no estado de São Paulo não participa da mobilização nacional da categoria. De acordo com a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (Fenaprf), a categoria realiza nesta segunda-feira o Dia Nacional de Luta.

Em nota, a entidade afirma que o objetivo é conclamar a sociedade brasileira para lutar, junto com a PRF, pela evolução da instituição, exigindo do governo federal uma segurança pública de nível superior . O movimento deve durar cerca de duas horas, período em que a corporação vai distribuir folhetos com suas reivindicações.

Em São Paulo, segundo a assessoria de imprensa da PRF no estado, a categoria não vai realizar nenhum tipo de mobilização, nem a entrega de folhetos. Para a assessoria, não dá para entregar folhetos em rodovias como a Presidente Dutra, com fluxo diário entre 120 e 140 mil veículos, por causar congestionamentos, o que é inviável para sociedade.

A nota da federação orienta para que as ações policiais não sejam paralisadas e que haja distinção entre o movimento e essas ações. Diz ainda que não está prevista operação-padrão no país.

- Durante todo o dia 21, cada estado deverá enfatizar ações policiais afins às suas peculiaridades. Deverá haver uma clara distinção entre as ações policiais e a entrega dos folders para não confundir a opinião pública. As ações policiais transcorrerão durante todo o dia, enquanto a ação do movimento deve ser concentrada das 10 horas às 12 horas.

Para o presidente do Sindicato da Polícia Federal de São Paulo (Sinprf-SP), Luiz Antônio Pereira da Silva, no estado a categoria está em alerta, mas a mobilização é pacífica.

- É um movimento ordeiro, é um movimento para melhores condições de trabalho, onde nós pleiteamos o nível superior para ingresso na carreira policial, até para termos tratamento de igualdade entre as polícias.

Segundo Luiz Antônio Pereira, é muito provável que uma das mudanças seja a exigência de nível superior para ingressar na categoria. Ele justificou porque o estado de São Paulo está em alerta e não participa da mobilização.

- Nós optamos em não fazer a paralisação por possibilidade de trânsito e falta de policiais - E lembrou a situação da categoria no estado: São Paulo teria que ter 3.000 policiais. Hoje nós trabalhamos com 500, apesar de a malha paulista ser de cerca de 1.100 quilômetros. As principais rodovias estão aqui em São Paulo .

O presidente do sindicato lembrou a sobrecarga da categoria nas últimas semanas, com a Operação Arcanjo , em virtude da visita do papa Bento XVI a São Paulo entre os dias 9 e 13 de maio, e a Operação Anjos do Asfalto , de combate à exploração sexual infanto-juvenil em rodovias federais, realizada no último fim de semana.

Segundo a Fenaprf, os policiais reivindicam plano de carreira, melhoria salarial, exigência de nível superior para ingressar na carreira, abertura de 10 mil vagas, reestruturação do Departamento de Polícia Rodoviária Federal e criação da Lei Orgânica das Polícias da União.

De acordo com a entidade, no dia 24 de maio haverá uma reunião entre a federação, técnicos do Ministério do Planejamento e do Ministério da Justiça para discutir a pauta de reivindicações.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse no dia 4 de maio, em cerimônia de entrega de 300 viaturas à Polícia Rodoviária Federal, em São Caetano do Sul (SP), que no dia 31 deste mês vai apresentar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva projetos de segurança pública, um deles para criação de um fundo destinado ao pagamento do piso salarial das polícias do país.

- Nós construímos o Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação] e agora vamos construir outro fundo, inclusive com a missão de fazer a suplementação de recursos para pagar um piso salarial das polícias do país - disse, acrescentando que não faltarão recursos aos projetos.