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Megaoperação prende mais de mil procurados só em SP

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Portal Terra

SÃO PAULO - A Polícia Civil do Estado de São Paulo prendeu 1.025 pessoas nesta sexta-feira durante a Operação Nacional de Polícia Civil, realizada também em outros 26 Estados e no Distrito Federal. Três pessoas foram mortas. Vinte mil policiais civis paulistas realizaram inúmeras ações na capital e em 641 cidades do interior. Três mil policiais civis de folga participaram da ação. Como o Estado de São Paulo tem cerca de 60 mil procurados, os presos nesta sexta-feira representam aproximadamente 1,6% do total.

- Nós saímos com 671 mandados de busca e apreensão em casas. Já foram presas até agora 1.025 pessoas só em São Paulo, em todo o Estado - afirmou o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo e chefe do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil, que coordena a megaoperação em todo o País, Mário Jordão Toledo Leme.

Em todo o Estado de São Paulo, 71 armas foram recolhidas, 568 veículos e 230 kg de drogas foram apreendidos até o fim da manhã. No litoral sul de São Paulo, cinco pessoas foram presas no início da manhã, acusadas pelo comando de ações de roubo de cargas no porto de Santos. Na Zona Sul da capital paulista, um homem suspeito de roubar computadores portáteis em aeroportos foi preso.

Um dos mortos durante a operação era um procurado que tinha mandado de prisão e liderava assaltos no Aeroporto de Congonhas. A polícia tentava prendê-lo há mais de 60 dias.

A diferença entre os números de mandados de prisão cumpridos e pessoas presas se dá porque alguns suspeitos têm mais de um mandado de prisão. - O que morreu em Congonhas, por exemplo, tinha sete mandados de prisão - disse o delegado-geral, Mario Jordão.

A operação teve enfoque principal para tráfico de drogas, seqüestros e roubos e foi preparada durante 15 dias. Entre as ações cumpridas estavam mandados de prisão preventiva, temporária e administrativa, além da recaptura de foragidos, detenção de criminosos em flagrante, ocupação de áreas consideradas de risco, e realização de bloqueios, entre outras.

No Rio de Janeiro, a megaoperação envolve cerca de 12 mil agentes. Na Favela Parque Alegria, no Caju, traficantes trocaram tiros com policiais da Polinter que cumpriam oito mandados de prisão, no fim da manhã. Os agentes ficaram encurralados dentro do morro, mas foram resgatados por policiais de várias delegacias. Soldados da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) apoiaram a operação na comunidade.

No Morro do Adeus, em Ramos, policiais da 22ª DP (Penha) apreenderam, no fim da manhã, oito armas, entre carabinas, pistolas e escopetas. Um homem foi preso, um carro roubado foi recuperado e drogas também foram recolhidas.

No Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na Zona Norte, houve um intenso tiroteio entre policiais do 6º BPM (Tijuca) e traficantes da comunidade no início da manhã.

Na Estrada das Canoas, em São Conrado, policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) apreenderam, nesta manhã, uma pistola calibre 380, um carregador, um caderno de anotações do tráfico e uma bolsa com munições para fuzil.

O material foi encontrado no local conhecido como "esqueleto", que é o prédio de um hotel desativado há 30 anos. O prédio seria usado como boca-de-fumo. Dois homens estavam no local e trocaram tiros com a polícia. Eles conseguiram fugir para a mata. A pistola de um caiu e foi apreendida. O outro estava armado com um fuzil.

Já a Polícia Civil do Espírito Santo deteve 64 pessoas e apreendeu armas e drogas na Operação coordenada pelo Núcleo de Operacionalidade do Conselho Nacional de Chefes de Polícia Civil (Concpc). Quase 100 policiais civis percorreram as ruas da Grande Vitória nesta manhã.

As mulheres detidas durante a ação foram levadas para o presídio Feminino de Tucum, em Cariacica, na região metropolitana de Vitória. Já os menores foram encaminhados à Delegacia do Adolescente em Conflito com a Lei (Deacle), localizado na capital.

Por falta de vagas nas cadeias, cerca de 50 homens estão sendo mantidos em dois microônibus estacionados no pátio da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Os detidos permanecem amontoados nos veículos e só saem para ir ao banheiro, sempre escoltados por policiais.

A assessoria de imprensa da Polícia Civil afirmou que está em negociação com a Secretaria Estadual de Justiça na tentativa de conseguir mais vagas no Sistema Prisional Capixaba. O órgão ainda garantiu que o objetivo é transferir os detentos que estão nos veículos para os presídios o mais rápido possível.

E a Polícia Civil do Pará prendeu nove pessoas. - Mas dois deles, presos ontem, são foragidos do Amapá e de Brasília, por roubo - explicou a delegada Eugênia Andréa, diretora da Divisão de Operações Especiais da Polícia Civil do Pará (DIOE).

Entre os presos até agora, está Orlon Melo Brito, 34 anos, acusado de assaltar a casa de um vereador no Amapá. Estiveram envolvidos na ação 67 policiais civis da capital, incluindo delegados da Divisão de Operações Especiais da Polícia Civil, Divisão de Combate ao Crime Organizado e Divisão de Combate a Furtos e Roubos.

No Rio Grande do Sul, a operação abrangeu as cidades de Bagé, Dom Pedrito, São Gabriel e Candiota. Três pessoas foram presas e uma menor foi detida, além de apreensões e cumprimentos de mandados em vários locais.