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Violência infantil se exerce sobretudo no lar e na escola, diz Unicef

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EFE

LA PAZ - O âmbito familiar e os centros educativos são os locais onde mais se exerce a violência contra os menores, segundo revela o relatório mundial 'Violência contra os Meninos, Meninas e Adolescentes', elaborado pela ONU e apresentado nesta quinta-feira em La Paz.

O representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na Bolívia, Francisco Rojas, expôs as conclusões do estudo em um ato no qual também entregou um documento regional sobre "Direitos, Infância e Agenda Pública, uma análise comparativa da cobertura jornalística latino-americana'.

O funcionário destacou que 'a violência é um fenômeno praticamente invisível' e que 'vivemos em uma sociedade que glorifica a violência'.

O relatório adverte que a maioria de atos violentos contra menores não são denunciados e, freqüentemente, são tolerados pela sociedade.

A violência, disse Rojas, 'se expressa na discriminação, nos maus-tratos das palavras, no abandono físico e emocional, no abuso, na exploração, na falta de carinho e no desprezo'.

No encontro se apresentou , além disso, um documento que avalia a cobertura jornalística na América Latina em temas de infância, elaborado pela Agência Nacional de Notícias pelos Direitos da Infância (Anni).

A diretora da Anni, Julia Velasco, exibiu os resultados do relatório baseado na observação de 121 jornais latino-americanos e 230.000 artigos divulgados com informação relativa a crianças e adolescentes de dez países da região.

Durante 2005 foram analisados meios de imprensa do Brasil, Argentina, Colômbia, Venezuela, Bolívia, Paraguai, Costa Rica, Equador, Guatemala e da Nicarágua.

Quando a imprensa latino-americana aborda a realidade das crianças, a educação é o conteúdo mais destacado (22,41%) enquanto temas como a incapacidade (0,78%) ou o trabalho infantil (0,71%), ocupam os últimos postos.

Velasco revelou que o tema da diversidade, que inclui notícias relacionadas com a raça/etnia, o gênero e a incapacidade, quase não são observadas na agenda informativa.

A diretora arremeteu contra o 'uso arrasador de termos pejorativos' para mencionar as crianças, já que em mais de 45% dos textos investigados são encontradas expressões desse tipo.