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FMI não deveria dar conselhos, diz ministro do Trabalho

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Agência JB

RIO - O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, pediu nesta sexta-feira que o Fundo Monetário Internacional (FMI) "não se meta mais aqui, porque nós temos como tocar nossa vida". Foi a resposta de Marinho à pergunta dos jornalistas sobre declaração dada nesta quinta-feira, pela diretora do Departamento Fiscal do FMI, a italiana Tereza Ter-Minassian.

A diretora do Fundo afirmou que, para crescer economicamente, o Brasil precisa aprofundar as "reformas estruturais" defendidas pelo FMI, como a da previdência.

Marinho culpou o FMI pelo crescimento econômico vivido pelo Brasil nos últimos anos, abaixo da média mundial.

- Se o FMI entendesse desse assunto, pelo tempo que ele orientou o Brasil, estaríamos crescendo a 10%. O Brasil está assim pelas lições do passado do FMI - afirmou, durante visita ao Rio de Janeiro.

Em entrevista esta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que uma reforma da previdência está fora da agenda do governo.

- Se você comparar o que ela (previdência) recebe dos trabalhadores e dos empresários e se você analisar o que recebe os trabalhadores que pagam a previdência o déficit é muito pequeno. O déficit é muito mais do Tesouro do que da Previdência - defendeu.

Especialista em contas públicas, o professor da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Piscitelli concorda com Lula:

- A seguridade social é amplamente superavitária. O déficit só acontece porque entre outras razões, 20% dos recursos são subtraídos pela Desvinculação de Recursos da União (DRU). Com a retirada desse valor é que a seguridade social, constituída por previdência, saúde e assistência, fica com saldo negativo.