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Transporte alternativo é presente na maioria dos municípios

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Agência Brasil

RIO DE JANEIRO - O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou sexta-feria os resultados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) para o ano de 2005, reunindo informações sobre a gestão dos 5.564 municípios brasileiros. Pela primeira vez, o levantamento abordou atividades artísticas e artesanais e tipos de transporte nos municípios. No item transportes, o destaque foi a presença de serviços alternativos nos municípios. De acordo com a pesquisa, em 52% deles, a população usa vans, kombis e lotações para se locomover. Na maior parte desses municípios (63,3%), o serviço é informal. A região onde esse tipo de transporte é mais freq¼ente é o Nordeste.

A pesquisa mostrou que o serviço de mototáxi está presente em 47,1% dos municípios brasileiros. As regiões Norte e Nordeste são as que têm maior proporção de municípios com o serviço. De acordo com a gerente da pesquisa do IBGE, Vânia Machado, o estudo revela a informalidade do transporte coletivo, que muitas vezes é utilizado para atender a necessidades locais ou para preencher lacunas deixadas por outras modalidades, como o ônibus, por exemplo.

- Muitos municípios, normalmente municípios pequenos, não têm tanta necessidade de transporte coletivo por ônibus, por seu próprio tamanho e de sua população - disse Vânia Machado.

Enquanto em pequenos municípios, o serviço de mototáxi é utilizado para transportar pessoas a locais desatendidos por linhas de ônibus, nas grandes cidades, o transporte tem sido utilizado como alternativa para os congestionamentos ou para o acesso a pontos de difícil penetração por falta de estrutura viária, como, por exemplo, as favelas.

O músico Delson de Aquino usa freq¼entemente o mototáxi, para se deslocar no Rio de Janeiro.

- O transporte alternativo facilita a vida para quem tem pressa, porque o trânsito hoje está muito difícil - a gente não consegue andar no Rio de Janeiro - disse ele, ao tomar uma moto, próximo ao morro Santo Amaro, zona sul da cidade.

No Rio, assim como em grande parte dos municípios do país o transporte de passageiros por mototáxi não é regulamentado. Segundo a pesquisa do IBGE, na média nacional, a informalidade do serviço chega a 75,7%.

Vânia Machado não vê problemas na existência de meios alternativos de transporte da população. A questão é regulamentá-los, afirmou.

Quanto aos dados sobre atividades artísticas e culturais, a Munic apontou o bordado como a principal atividade artesanal no país, presente em 75% dos municípios brasileiros. O levantamento também indicou o aumento no número de municípios com bibliotecas, que passou de 76,3% no ano de 1999 para 85% em 2005. Outra constatação foi a redução do número de livrarias neste período. Em 1999, existiam livrarias em 35,5% dos municípios, mas, em 2005, o percentual caiu para 31%. Segundo Vânia Machado, o provável motivo da redução são os outros meios de acesso aos livros utilizados atualmente.

- Hoje, você compra livros pela Internet, no supermercado, em bancas e até em farmácias - disse ela.