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Manifestantes protestam contra Bolsonaro ao redor do mundo

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Brasileiros protestam no exterior
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Manifestantes contrários ao candidato Jair Bolsonaro (PSL), líder nas pesquisas de intenção de voto nas eleições 2018, protestaram em diversas cidades ao redor do mundo neste sábado (29). Com o slogan #Elenão - criado em uma campanha dentro de um grupo no Facebook que reúne 3,8 milhões de mulheres -, pessoas se organizaram e protestaram em países como o Reino Unido, Alemanha, França, Suíça, Itália e Portugal.

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Brasileiros protestam no exterior (Foto: imagem reprodução)

Mobilização em Londres

Pelas redes sociais a mobilização no Reino Unido deu conta de reunir no centro de Londres pelo menos duas mil pessoas, de acordo com as organizadoras, para protestar contra o candidato Jair Bolsonaro ( PSL-RJ).

O reforço às manifestações ocorridas em todo Brasil chegou à Europa na tarde deste sábado (29) com milhares de brasileiros vestindo roxo, e entoando o coro do “ele não, ele nunca” também do outro lado do Atlântico.

Genebra, Paris, Lisboa, Madrid, Bruxelas e Londres foram palco para milhares de brasileiros que vivem no exterior se manifestar politicamente contra o candidato à presidência.

A brasileira Juliana Bell, que vive em Londres há 21 se surpreendeu com o protesto, “em todos estes anos, nunca vi tanta gente reunida por uma causa aqui em Londres”, comenta.

Ao lado da amiga Laura Somoggi, elas posaram junto à estátua na praça do Parlamento da sufragista Millicent Fawcett, que é o símbolo da conquista do direto ao voto das mulheres britânicas há 100 anos. Não tinha como não me manifestar, defendeu Laura. “O momento é crucial para o Brasil, e de longe a gente fica preocupada com o futuro do país, com o risco para a democracia, no caso de uma vitória de Bolsonaro”, explica.

A poucos metros do Parlamento, o microfone da manifestação ficou aberto à discursos de quem quisesse falar algo sobre a situação política das próximas eleições no Brasil. E o curioso foi que o clima suprapartidário tomou conta do espaço, e as mulheres preferiram reunir as causas que defendem a empunhar bandeiras de partidos polítos. Lado a lado, eleitores de Marina Silva, Ciro Gomes, Fernando Haddad e dos outros candidatos, participaram pacificamente reforçando a posição de rejeição ao candidado do PSL.

Marielle seria caso encerrado com Bolsonaro eleito

Na capital inglesa também participou do protesto a carioca Monica Benício, viúva da vereadora do PT Marielle Franco, assassinada no Rio em 14 de março deste ano, juntamente com o motorista Anderson Pedro Gomes, dentro do carro quando deixavam um evento no centro do Rio. Foram 13 tiros que mataram os dois, e até hoje a autoria não foi confirmada. Há suspeita de que trata-se de crime encomendado pela posição política da vereadora em defesa da comunidade LGBT, e da minorias.

“ No Brasil ninguém me fala nada, não há resposta da justiça, não tenho nada. O único apoio que tenho é da Anistia Internacional, e dos milhares de brasileiros inconformados com a injustiça”, desabafa a Monica.

A carioca segue de Londres para Atenas na Grécia para buscar apoio internacional para sustentar a investigação do assassinado da vereadora junto às autoridades brasileiras.  Fazendo ponte com dezenas de organizações, Monica pretende voltar ao Brasil, passando por Brasília, para cobrar respostas. “Hoje existe um silêncio absoluto, não ouça nada de nenhuma parte, e é isso que me preocupa, caso o Bolsonaro vença”, confessa. Ao lado da comunidade brasileira em Londres Monica conta que tem esperança. “Quando vejo essa quantidade de gente reunida num ato como este, me sinto esperançosa”, completa.

Em Genebra

Em Genebra, uma das principais cidades da Suíça, as pessoas protestaram na frente à sede da Organização das Nações Unidas (ONU) na Europa. Elas levavam cartazes com palavras contrárias ao candidato e pediam o fim do "fascismo". Em Paris, na França, onde a candidata de extrema-direita Marine Le Pen, da Frente Nacional, tem ganhado força nos últimos anos, pelo menos 250 pessoas se organizaram no centro da cidade para protestar contra o candidato brasileiro.

Imagens publicadas nas redes sociais com a hashtag #Elenão mostram também manifestações em Milão, na Itália. Em Barcelona, na Espanha, e em Lisboa, em Portugal, também houve protestos.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, a criadora do grupo afirmou que "só acendeu um fósforo no barril de pólvora" com a criação do grupo. Na última sexta-feira (28), a cantora Madonna postou uma mensagem contra Bolsonaro e aumentou a visibilidade do movimento nas redes sociais.

Em Lisboa

Em Lisboa, lugar de onde agora vive a cantora Madonna, que recentemente entrou no grupo de apoio das mulheres brasileiras, o ato foi bem pacífico também. Muito embora alguns grupos de simpatizantes ao candidato passaram pela praça Luís de Camões, no centro de Lisboa para provocar público manifestante. Para o brasileiro Felipe Gheno, que mora na capital portuguesa, o movimento foi uma forma de expressão de quem vive fora do Brasil," isto é uma forma de mostrar que estamos contra qualquer retrocesso aos direitos das minorias", define.

As mesmas redes sociais que convocaram, foram o canal oficial de transmissão mundo a fora para os brasileiros que vivem fora do país para expressarem sua posição política com as hastags EleNão e EleNunca.

 

 

No Brasil 

No Brasil, há pelo menos 60 atos sendo realizados na tarde deste sábado (29) em cidades como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Porto Alegre, Vitória, Florianópolis, Belo Horizonte, Salvador, Natal, João Pessoa, Recife, Fortaleza, Aracaju, Palmas, Campo Grande, Manaus, Belém e Cuiabá.

***Com informações Agência Estado