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A esperança de Ciro

Pesquisa Datafolha traz novo ânimo à campanha do candidato do PDT, que aposta no voto útil

José Cruz/Agência Brasil -
Ciro afirma que é o candidato capaz de vencer o fascismo e a violência que ameaçam o país
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A campanha do presidenciável Ciro Gomes (PDT) ganhou uma injeção de ânimo ontem, com a divulgação da pesquisa Datafolha sobre a corrida ao Planalto. Nas simulações de segundo turno, o pedetista é o único a derrotar Jair Bolsonaro (PSL), o favorito entre os eleitores, com 28% das intenções de voto, segundo o Datafolha.

Na pesquisa, Ciro ocupa a terceira colocação, com 13% do eleitorado contra 16% do petista Fernando Haddad. No entanto, num eventual segundo turno contra o ex-capitão, Ciro levaria vantagem, com 45% de votação contra 39%. Aliás, ele ganharia de todos os outros, caso ultrapassasse a barreira da primeira etapa do pleito.

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Ciro afirma que é o candidato capaz de vencer o fascismo e a violência que ameaçam o país (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Se quiser chegar lá, o candidato terá que reverter a tendência de crescimento de Haddad. O Datafolha mostra curva crescente do ex-ministro da Educação desde quando foi oficializado como candidato. Começou com 9% das intenções de votos no dia 10 de setembro, subiu para 13% na pesquisa divulgada no dia 14 de setembro e, ontem, passou a 16%.

Mas, crescer em cima dos eleitores de Haddad, a própria campanha de Ciro já se convenceu de que é inviável. Ele agora pretende surfar na onda do voto útil e se apresenta como “a terceira via” que romperá a polarização dos radicais PT x PSL.

Uma versão do voto útil que pode beneficiar o pedetista é a campanha de rejeição a Bolsonaro que vem se disseminando pelas redes sociais. A hashtag ‘Ele Não’, iniciada por um movimento de mulheres contrárias ao candidato liberal viralizou nos últimos dias e tem como garota propaganda a atriz Patrícia Pillar. A atriz não só encabeça a campanha contra Bolsonaro como gravou um vídeo em que nega ter sido agredida por Ciro e pede voto para ele.

Ontem, ao comentar a pesquisa, o pedetista foi no mesmo tom e disse que o brasileiro deve votar no candidato que tenha condições de “vencer o fascismo e a violência que é a grande ameaça que paira hoje sobre a nação brasileira, que é o extremismo militarista radicalizado, hostil as mulheres, aos negros, aos índios e a população LGBT”, numa clara referência a Bolsonaro.

Com a estagnação de Geraldo Alckmin (PSDB), que se mantém com 9% das intenções de voto há três pesquisas Datafolha, Ciro conta também com parte do eleitorado do tucano, especialmente aqueles ligados ao Solidariedade.

O partido integra o Centrão, bloco que compõe a coligação Para Unir o Brasil, que dá sustentação a Alckmin. Mas, na prática, várias de suas lideranças explicitam simpatia por Ciro, incluindo o presidente do partido, deputado Paulo da Força (SP), que foi candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Ciro em 2002.

O ex-sindicalista adota este codinome por ter presidido a Força Sindical, central trabalhista que deu origem ao Solidariedade. Na última quarta-feira, 19, a Força e outras três centrais - Confederação dos Sindicatos Brasileiros (CSB), União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Nova Central Sindical - formalizaram apoio a Ciro.

A cerimônia de anúncio se deu na sede do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais de São Paulo, do qual Paulinho foi presidente.