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Alckmin afirma que está firmíssimo

Tucano acredita que ainda haverá uma última onda de votos

Thiago Bernades/AE -
Geraldo Alckmin reafirmou que Bolsonaro é o passaporte para a volta do PT
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O candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, acredita que ainda é possível conquistar os votos “antipetistas” que hoje estão alimentando a candidatura de Jair Bolsonaro, do PSL. Na pesquisa mais recente do Ibope, o ex-governador tucano ficou com apenas 7% das intenções de voto.

“Estou firmíssimo”, disse Alckmin em entrevista no Forum Páginas Amarelas da revista Veja. Explicou que o movimento desta campanha se dá em ondas. A primeira teria sido reflexo da facada em Jair Bolsonaro, hoje favorito nas pesquisas. A segunda onda surgiu do lançamento do nome de Fernando Haddad como candidato do PT em substituição a Lula. “O que vale é a última onda, a onda da última semana”, completou, apostando em seu nome.

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Geraldo Alckmin reafirmou que Bolsonaro é o passaporte para a volta do PT (Foto: Thiago Bernades/AE)

A estratégia para chegar ao segundo turno será prosseguir com os ataques ao candidato do PSL, mostrando àqueles que votam contra o PT e não por Bolsonaro, que ele, Alckmin, é a melhor opção para derrubar Haddad no segundo turno.

“Muitas pessoas bem-intencionadas entendem que Bolsonaro pode derrotar o PT e acham que ele é o caminho. Mas é o contrário. Ele é o passaporte para a volta do PT”, disse o presidenciável. Segundo Alckmin, no segundo turno o eleitor vota em quem tem a menor rejeição, por isso seria equivocado colocar Bolsonaro para enfrentar Haddad, menos rejeitado. “Vamos ter essas semanas para dizer que é um equívoco. Tem uma parte do eleitorado que está com o Bolsonaro porque não quer o PT, mas ele perde para o PT”, declarou o tucano, para quem o PT já está no segundo turno.

Alckmin disse ainda que tanto a vitória do PT quanto a do PSL seria prejudicial ao país, por isso, irá trabalhar para que isso não aconteça. “Vamos mostrar os dois equívocos que o Brasil pode trilhar: um é a escuridão, o PT, que nós já conhecemos e não podemos errar de novo”, declarou ao atribuir ao governo da ex-presidente Dilma Rousseff a existência de 13 milhões de desempregados no país. “Do outro lado, você tem um salto no escuro, inimaginável, alguém que passou 28 anos na Câmara votando sempre pelo corporativismo”, disse, em referência ao ex-deputado Bolsonaro.

Ao rebater críticas de que lideranças dos partidos aliados não estariam honrando o apoio prometido na campanha presidencial, o candidato comentou que a aliança se tornou “o samba do crioulo doido”.

“O PP no Piauí está coligado com o PT. E você tem também o vice-versa. É o samba do crioulo doido. O que temos que fazer é escolher os melhores quadros”, disse o presidenciável ao referir-se à sua candidata a vice-presidência, Ana Amélia, integrante do Partido Progressista (PP). O próprio presidente do partido que compõe a coligação “Para unir o Brasil”, senador Ciro Nogueira, declarou apoio ao petista Fernanda Haddad, com quem já subiu em palanques.

Até mesmo no Rio Grande do Sul, estado de Ana Amélia, o PP abandonou Alckmin e debandou para o lado de Jair Bolsonaro (PSL).

Para justificar a infidelidade, o tucano recitou parte do soneto Paulista eu sou há quatrocentos anos, de Martins Fontes, que diz “tenho a paixão da gleba circunscrita”, indicando que o político primeiro age localmente, depois no plano estadual e, por último, no plano nacional. “Primeiro vem o local. Um mata o outro se for preciso. Depois vem a região, o estado e depois o país. É de baixo para cima que funciona”.