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Haddad afirma que não tem nada de sectário

Candidato do PT diz que buscará apoio de todos da centro-esquerda

Reprodução -
Haddad admitiu pedir apoio do PSDB no segundo turno para evitar mal maior
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O candidato da coligação “O Brasil Feliz de Novo”, do PT, PCdoB e Pros, à Presidência da República, Fernando Haddad recusou-se, ontem, a fazer críticas a políticos de centro-esquerda que podem vir a compor o seu governo. Durante sabatina do UOL, Folha e SBT, o ex-prefeito de São Paulo disse não ser sectário e que quer o apoio do presidenciável Ciro Gomes, do PDT, no segundo turno e no seu governo. “Lutei e continuarei lutando para que estejamos juntos. Não foi possível no primeiro turno, será no segundo e mais ainda no governo”, afirmou Haddad. “Você está falando com uma pessoa que não tem nada de sectário. Você está falando com uma pessoa que vai ajudar a construir um amplo campo de apoio democrático e popular para um projeto comum”, completou.

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Haddad admitiu pedir apoio do PSDB no segundo turno para evitar mal maior (Foto: Reprodução)

A afirmação foi feita ao ser perguntado sobre a crítica de Ciro Gomes, que declarou, em entrevista, que Haddad vai governar o Brasil “por procuração”. Segundo o petista, foi ele quem mais buscou aproximação com “todas as partes da centro-esquerda para lutar contra esse obscurantismo que esta solto” e uma aliança com Ciro para a disputa em primeiro turno. Explicou ainda ser amigo do pedetista e o que o estima muito, tanto assim que o convidou para compor a chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Não é bacana em função da disputa no primeiro turno ficar rebaixando os demais. Se você quer saber, vou enaltecer as pessoas de centro-esquerda porque quero estar com elas num segundo turno e no governo. Você não vai ouvir nada de desabonador de mim de pessoas que acho que comporão o governo e vão salvar o Brasil dessa crise”, ressaltou.

Sobre a possibilidade disputar o segundo turno com o presidenciável Jair Bolsonaro, do PSL, o candidato petista não descartou um eventual apoio do PSDB, pois “existe aquele apoio para evitar um mal maior”. Para Haddad, a autocrítica feita pelo ex-presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati, em entrevista ao jornal ‘O Estado de S. Paulo’, “é muito importante e constrói possibilidade de diálogo depois das eleições”. Tasso Jereissati admitiu que o partido errou em questionar a reeleição da presidente Dilma Rousseff; em votar contra princípios básicos só para ser contra o PT e embarcar no governo Michel Temer. Haddad destacou que conversar com todos os setores faz parte de sua personalidade.

Na sabatina, Fernando Haddad ainda disse que todos os funcionários de seu governo vão “ter que rezar pela cartilha da democracia”. Para ele, as declarações polêmicas de militares a respeito da crise política no Brasil acontecem porque o país tem “um presidente sem nenhuma autoridade e muita gente fala pelos cotovelos”. O candidato disse que não vai haver tolerância com funcionários públicos que defendam uma intervenção militar. “Quem estiver abaixo da autoridade da Presidência da República, vai ter que defender a cartilha da democracia”, garantiu.