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MP de Goiás pede prisão preventiva de João de Deus

Marcelo Camargo/ Agência Brasil -
João de Deus
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O Ministério Público de Goiás protocolou na Justiça, na tarde desta quarta-feira (12), o pedido de prisão preventiva de João de Deus. O pedido foi protocolado no fórum de Abadiânia, onde o médium reside. Ele é acusado de abuso sexual por mulheres que buscaram o centro Dom Inácio de Loyola em busca de tratamento espiritual.

Passados cinco dias após as primeiras denúncias, mais de duas centenas de mulheres procuraram o Ministério Público para fazer relatos semelhantes. Pelo menos quatro inquéritos já foram abertos.

O advogado de João de Deus, Alberto Toron, disse o seguinte à Agência Brasil: "A informação que nós temos é que efetivamente o MP fez um pedido à Justiça, mas nós não conhecemos o teor desse pedido. Sem conhecer, eu não tenho como me contrapor a ele. Vou para Abadiânia amanhã mesmo ver se eu consigo avaliar esse pedido."

Toron disse ainda ter reafirmado oficialmente às autoridades que seu cliente segue à disposição da Justiça para quaisquer esclarecimentos.

João de Deus aparece pela primeira vez após acusações

Foram dez minutos de tumulto e gritaria. Assim que desembarcou num Ford Ka branco, João de Deus foi cercado por seus funcionários, fez uma visita de menos de 10 minutos à sala de atendimento e retornou. Jornalistas acompanharam o trajeto, mas foram impedidos de se aproximar do médium, que fez a primeira visita ao centro Dom Inácio de Loyola após as acusações de assédio.

No trajeto, funcionários gritavam: "Respeitem! Ele vai falar." A promessa, no entanto, não se concretizou. Apesar do amplo espaço , não foi providenciado um local para a entrevista. O médium saiu sem dar entrevista, mas disse, entre um grito e outro de seus funcionários, que cumpria uma missão dada há 60 anos. E afirmou: "Eu sou inocente".

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João de Deus (Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

Na confusão, voluntários chegaram a agredir jornalistas. A chegada no centro ocorreu por volta das 9h20 desta quarta-feira, 12, um horário pouco usual. João de Deus, cujo nome de batismo é João de Faria, horas antes havia desembarcado no aeroporto de Anápolis de um voo procedente de São Paulo.

As denúncias de assédio afetaram o movimento da casa, onde atendimentos são realizados. Por volta das 8h30, cerca de 400 pessoas - incluindo crianças e duas pessoas de cadeiras de rodas - aguardavam a chegada do líder espiritual.Isso representa um terço do movimento habitual.