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A borracha da Lava Jato parece ter furado

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O maior crime dos carniceiros não foi o de manter conversa nem gravar o presidente da República na calada da noite. O maior crime é a ironia e o desprezo com que eles tratam os poderes de um país que vinha ascendendo, e a imagem que se espalhou pelo mundo como se o futuro já tivesse chegado.

A ironia é o símbolo maior de um canalha que, em 40 anos, ganhou uma fortuna com a ajuda e proteção dos governos matando bois, carne que o pobre não come, mesmo sendo essas carnes mortas e negociadas com dinheiro do povo.

Essa família de facínoras amealhou uma fortuna que em qualquer lugar do mundo só seria possível conseguir com o descobrimento e desenvolvimento de uma alta tecnologia, ou com sofisticados negócios no mercado financeiro.

Por sinal, nesse setor financeiro, os protegidos e insiders nos ministros da Fazenda, se tivessem seus nomes escritos num papel, mesmo sem os sobrenomes, ocupariam três páginas com 60 linhas cada, frente e verso.

Esses Joesleys receberam benefícios de um procurador que apontava formação de quadrilha quando acusados pobres se encontravam. Mas quando ele mesmo se disfarça usando óculos caros e com lábios vermelhos - que claramente não estavam pintados, era uma reação estomacal -, diz que é apenas uma coincidência e que marcar encontro em botequim é corriqueiro para ele. Foram duas ou três coincidências a favor dos ricos com esse senhor.

Um dos seus companheiros era procurador pela manhã, com salário do povo. Na calada da noite - como esse grupo gosta de trabalhar -, "aconselhava" os bandidos a enganar a Justiça, causando prejuízo aos pobres.

O crime maior dessa família não foi se encontrar com o presidente da República nem vender carne podre. O crime foi destruir um processo em que o país imaginava corrigir seu futuro sem sangue.

Qual o jurista que não vai pôr em dúvida tudo o que já foi declarado?