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Enganar a quem?

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O suposto ou verdadeiro crime de compra de uma Olimpíada só é crime no Brasil para os empresários que doaram o dinheiro e não comunicaram à Receita Federal.

Crime tipificado em lei, só nos códigos internacionais, já que a compra do voto atingiu o Comitê Olímpico Internacional, e prejudicou os demais países com cidades candidatas. As investigações começaram no Ministério Público francês. Lamine Diack, que teria vendido o voto, era um frequentador assíduo de Paris. Portanto, é lá que os acusados devem responder ao processo e, se for o caso, serem presos. Aliás, o COI parece mais um reduto de ladrões.

E depois de todo este escândalo, como o Brasil ainda não foi descredenciado pelo COI? Vale lembrar que a Rússia sofreu pesada sanção nos Jogos do Rio após um escândalo de doping. Com o Brasil, não acontece nada?

Se houve corrupção, foi por parte da autoridade brasileira ligada ao COI, mas defendendo os interesses brasileiros. Este deve ser julgado, mas lá fora. Aqui devem ser julgados os empresários que doaram dinheiro para a compra de voto, e não declararam no Imposto de Renda. 

O que se espera é que tudo isso não seja uma cortina de fumaça para esconder os supostos crimes do Rei Arthur no Rio, como presidente de uma empresa que tinha negócios nebulosos com os governos Sérgio Cabral e Eduardo Paes. Aliás, por que Rei Arthur ainda não está preso? 

Agora, querem jogar o holofote neste crime de compra de voto no COI para esconder tudo o que acontece aqui. E a operação Calicute? E o mensalão? E a operação Zelotes? E a suspeição do ministro do STF Gilmar Mendes? E a Andrade Gutierrez? E a Delta? E o desabamento da ciclovia? E Jacob Barata? E o superfaturamento do Maracanã? E as obras do metrô? E o PAC das favelas? E os BRTs?

Com tudo o que já foi descoberto, como o delinquente Sérgio Cabral não está num campo de concentração e com todos os seus bens bloqueados, como estão as joias de sua mulher e os relógios?

Estes ladrões desviaram uma quantia incalculável dos cofres públicos, aniquilaram a administração pública, deixaram os servidores sem salário, fizeram a saúde pública entrar em colapso, arruinaram com a educação, enquanto o povo segue sua via crúcis no Rio de Janeiro, numa olimpíada diária onde não há medalhas na disputa. Só a sobrevivência.

Que a Justiça internacional puna o verdadeiro e grande ladrão pelos crimes que merecem ser julgados na França. 

Os crimes no Brasil, quem deveria julgar - se a Justiça demorar a julgar - deveria ser o próprio povo.