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Economistas criticam rumo do setor e Meirelles não diz nada

“China é um trem bala, e Brasil, uma Maria Fumaça”,analisa especialista nos Brics 

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O presidente Michel Temer, antes de viajar para a China, nesta terça-feira (29), afirmou, em vídeo, que há os que querem parar o Brasil, mas que há força para resistir. O chefe do Poder Executivo brasileiro, no entanto, parece não ter se lembrado de conversar com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para saber quais a opiniões dele em relação a artigos publicados por importantes economistas, entre eles Delfim Netto, um defensor do governo federal.

De acordo com Delfim, “é incrível a total alienação dos que se creem ‘progressistas’ e seus áulicos no Congresso Nacional, que insistem em voltar à política econômica que produziu o mais grave dano à trajetória do desenvolvimento brasileiro, com voluntarismo da política econômica (de janeiro de 2012 a maio de 2016), que reduziu a taxa média de crescimento do PIB a -1% ao ano, enquanto o mundo crescia a 3,4%”. 

Além do artigo de Delfim Netto veiculado no jornal Valor Econômico desta terça-feira (29), outro articulista que teve seu texto destacado foi Kenneth Rapoza, especialista nos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China). Em artigo publicado na revista americana Forbes, ele analisou que os anos de recessão do Brasil, sua inclinação para os modelos empresariais de destruir o capitalismo e o boom da renda média da China finalmente colocaram o poder de gastos do brasileiro médio em relação de igualdade ao do chinês médio. "Mas primeiro, uma pequena declaração de responsabilidade: verdade seja dita, a China está se recuperando. Eles superaram os novos Estados membros da Zona do Euro nos países Bálticos e a renda mediana das suas maiores cidades é igual ou superior à da Europa Oriental”, informou o autor.

Keneth fez duras críticas ao Brasil, comprando a China a um trem bala e o Brasil a “uma Maria Fumaça em uma estrada enferrujada, parcialmente destruída”.

Mais uma declaração que demonstra como o Brasil anda mal das pernas é a do diretor do Goldman Sachs Alberto Ramos, que teve suas palavras citadas, inclusive, pela Forbes. "Na verdade, há poucos países que estão em uma situação tão ruim quanto o Brasil", destacou Ramos, que segundo informações de renomados economistas e velhos conhecedores das finanças brasileiras, é profundamente respeitado, há muito acompanha o Brasil e não erra.

Um dos motivos para o Brasil não deslanchar, segundo analistas, é que as empresas brasileiras simplesmente não investem como os seus homólogos chineses nem como seus homólogos indianos nem têm investido tanto quanto os colombianos. O investimento corporativo no Brasil representa 17% do PIB, de acordo com os últimos números do Fundo Monetário Internacional. O investimento da Colômbia como porcentagem do PIB é de 25%; A Índia é de 31% e a China é de 44%.

>> 'Forbes': Poucos países estão em situação tão ruim quanto Brasil, diz Goldman Sachs

> > Forbes