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Nas ruas do Rio, o retrato do abandono e da total falta de perspectiva

População já não se importa sequer em buscar marquises, tamanho o desalento

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As lojas fechadas, as filas de desempregados e os protestos de servidores em frente à Alerj e ao Palácio Guanabara são algumas das mais dramáticas cenas que retratam a degradação do Rio de Janeiro. Mas a imagem mais triste e chocante que pode resumir o fundo do poço em que o estado se encontra está nas calçadas, no chão onde se proliferam moradores de rua, já sem qualquer perspectiva e esperança.

E não falamos dos moradores de rua que buscam marquises e abrigos para se proteger da chuva e do sol. Falamos daquele que fica ao relento, que já não se importa em buscar qualquer tipo de artifício para atenuar a sensação de abandono, que está entregue a qualquer destino, sem sequer esboçar reação.

E num processo de insurreição ou sublevação, é esta população que funcionará como massa de manobra sem qualquer questionamento. Num cenário de desolação absoluta, ela fará tudo o que mandarem. E uma vez incendiada, talvez o único comando que podem não seguir seja justamente a ordem de parar.