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Temer, Noruega e os escândalos do mundo

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O pior da viagem do presidente Michel Temer à Noruega é que, ao ser agredido não como cidadão, mas como representante de um país, a agressão foi dirigida a este país.

Esta senhora, primeira-ministra da Noruega - país com a população do Maranhão, e que exporta bacalhau - não tem nenhum nível de autoridade para fazer o que fez contra um país que, circunstancialmente, passa por um momento que o mundo inteiro já viveu.

O mais conhecido foi na Itália, com a Operação Mãos Limpas. O juiz Baltasar Garzón também ganhou notoriedade na Espanha em diversas investigações contra a corrupção, a lavagem de dinheiro e a ditadura. O Rei da Espanha, Juan Carlos, abdicou ao trono em meio aos escândalos de corrupção envolvendo sua filha, princesa Cristina, e o marido dela, Iñaki Urdangarin. A princesa da Inglaterra, Lady Diana, morreu num acidente de carro até hoje mal explicado e envolto em suspeitas de assassinato. A Rainha Elizabeth, aos 91 anos, não abdica ao trono talvez por medo de seu sucessor. Os escândalos da IBM na Argentina, nos anos 1990, exigiram do governo dos Estados Unidos determinar que suas empresas não negociassem mais com aquele país. 

Se não bastasse tudo isso, a frase que simboliza a disseminação da corrupção em um país remete exatamente à vizinha da Noruega: "Há algo de podre no reino da Dinamarca", imortalizou William Shakespeare, em Hamlet.

Quem é essa senhora para fazer observações contra um país como o nosso? A única coisa a se lamentar é que o presidente Michel Temer não deveria ter se calado diante da agressão. A suposta gafe que cometeu, ao confundir a Noruega com a Suécia, poderia na verdade estar externando o desprezo e o desinteresse sobre aquele reinado.