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Moreira Franco, a vontade das ruas e a democracia

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O secretário do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), Moreira Franco, um dos principais estrategistas do governo do presidente Michel Temer, deu uma consistente entrevista ao Valor Econômico, publicada na edição desta quinta-feira (1), na qual destaca: "Não se pode afrontar a vontade das ruas".

Moreira Franco reforça que Temer sempre disse que o principal problema do país era a economia. "Não vamos resolver o desemprego com os métodos do governo passado, na base da pedalada. Só vamos resolver com equilíbrio fiscal, condições de mobilizar recursos para o investimento, permitindo a volta do crescimento, porque é o crescimento que gera emprego. Todos sabemos como o presidente Temer recebeu o país. Ninguém enganou ninguém. Sempre foi dito que ainda não havíamos chegado ao fundo do poço."

O secretário ainda frisou que Temer não será candidato em 2018. "O único caminho que ele tem é, ao final de dois anos, encontrar-se com a história e ser reconhecido como o presidente da República que tirou o país de sua maior crise econômica. Esse caminho é incompatível com qualquer montagem, qualquer veleidade, qualquer ambição de organizar uma eleição ou reeleição para presidente da República. O que significa que essa é uma hipótese afastada pelo presidente Michel Temer." (...) "Ele não vai ser candidato, ele não vai seguir as regras de montagem de uma estratégia eleitoral. Não se monta uma estratégia eleitoral a não ser com tempo, inteligência e sobretudo capacidade de articulação. Para isso, não se pode ter uma meta tão bem definida, como o presidente Temer tem, que é a busca do equilíbrio fiscal."

Questionado sobre a popularidade de Temer e sua relação com a base aliada, Moreira Franco respondeu:

"Vocês sabem que a contribuição mais importante do Dr. Ulysses [Guimarães] não foi nem a Constituição de 1988. A contribuição mais importante dele -e do PMDB- foi demonstrar que a população brasileira, quando vai às ruas e sem violência, muda o rumo das coisas. Ela faz história. Você precisa ter base parlamentar, boa articulação político-partidária, mas não pode afrontar a vontade das ruas. E quais são os dois grandes desafios do presidente Temer? Um é a crise econômica. O segundo desafio é de natureza moral. Ele tem consciência de que a sociedade brasileira está atenta."

>> Veja a entrevista na íntegra

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Um Congresso eleito pelo povo já foi escolhido pelas ruas, e é preciso respeitar a democracia. O Congresso significa democracia.

O presidente não precisa de Congresso, precisa do povo. Por isso é fundamental que o presidente tenha respaldo do povo.

Nos Estados Unidos, há um grande questionamento sobre a representatividade partidária porque a representatividade parlamentar elegeu Donald Trump, mas a maioria do povo preferiu Hillary Clinton.

Por isso, as reformas políticas e partidárias tem de ser feitas. E isso se reflete no mundo todo. A instabilidade política no mundo é reflexo de uma insatisfação popular que não se cinge a partidos, e sim a homens. As ruas querem homens que não se aproveitem das facilidade políticas para se eleger sem representatividade.