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O início do fim

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Existe hoje no Brasil uma campanha em que o objetivo não é acabar com a corrupção. É sim, talvez com certeza, estimular uma revolução em que o establishment, seja ele qual for, tenha que ser mudado.

O Legislativo, com todos os seus defeitos, sofre uma campanha dos segmentos de comunicação. O achincalhe que o Congresso é alvo nas mídias nacionais e internacionais - se essas campanhas forem verdadeiras - faz com que o povo tenha certeza de que ele não presta.

O Executivo - tanto o que governou quanto o que governa agora - sofre campanha diária de desmoralização de seus ministros. Os criminosos corruptos delatam como se fossem homens de bem. A Justiça com certeza usa informações desses criminosos e consegue, com levantamentos policiais, comprovar muitas das denúncias. 

A economia dá sinais de recuperação, mas não vão ser as oscilações favoráveis ao mercado de capitais ou uma ou outra ação que salvarão o país. Para que os planos do governo tenham sucesso, o trabalhador pode ser aquele que tenha que continuar a dar o seu suor.

Os mais vividos e experientes não podem concordar que num país com mais de 200 milhões de habitantes, onde quase todos os estados estão quebrados, possa se esperar a reconstrução onde jovens não estudam, não podem se tratar e vivem num ambiente em que muitas vezes é o crime que atende suas necessidades financeiras. E por pouco tempo - o tempo em que sobrevivem.

A segurança pública não consegue, mais de uma semana após a denúncia, descobrir onde estão os 30 homens acusados de estupro por uma jovem de 16 anos.

Na educação, não só no Rio de Janeiro como em São Paulo - maior estado do Brasil - há protestos, greves e ocupações. O quadro é lamentável, qualquer que seja a observação que se possa fazer. 

Na saúde, a Fiocruz e mais de 80 segmentos de saúde pública do mundo são signatários de um documento que aconselha que a Olimpíada não aconteça no Rio de Janeiro.

Se essa crise que assola os Estados afundar também o Governo Central, que tem um vice na função de presidente que não foi o escolhido pelo povo, o que falta acontecer para que as instituições se sintam ameaçadas?