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Diante de tantos escândalos e tanta hipocrisia, como o povo vai reagir após o carnaval?

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Ao longo da história, o Brasil tem sido bombardeado por sucessivos escândalos de corrupção, muitos deles que até hoje esperam por uma punição. A ganância, a impunidade, e a guerra política são cicatrizes que o país carrega por décadas, e invariavelmente punem o mais indefeso e o mais inocente de todos: o povo.

Nos anos 1990,  o escândalo do Banestado envolveu remessas ilegais de divisas para o exterior, somando nada menos que US$ 19 bilhões.

Também nos anos 1990, os inquéritos das privatizações apontavam desde perdas bilionárias para os cofres públicos até o não cumprimento de regras básicas por parte da iniciativa privada, como por exemplo o fato de uma empresa não poder assumir duas companhias, o que aconteceu inclusive em processos que extrapolaram os prazos legais.

Na mesma época, o Proer tirou bilhões dos cofres públicos, usados para salvar bancos privados. Até hoje banqueiros estão recebendo de volta, ou estão na fila para receber de volta, aquele dinheiro do povo sacrificado, que contribuiu com seus impostos para que esses aventureiros de banco possam ter de volta seus butins. Como não lembrar de notórios escândalos como o do Banco Econômico, de Ângelo Calmon de Sá, e os famosos cheques sem fundo? 

E ainda houve o caso dos anões do orçamento, no qual de 1989 a 1992, sete deputados da Comissão de Orçamento do Congresso fizeram emendas de lei remetendo dinheiro a entidades filantrópicas ligadas a parentes e cobravam propinas de empreiteiras para a inclusão de verbas em grandes obras. 

Já nos anos 2000, uma operação da PF, batizada de Castelo de Areia, trouxe à tona novamente caso envolvendo políticos e empreiteiras. Deste vez era a Camargo Correia e mais de 200 políticos dos mais variados partidos relacionados com supostos crimes financeiros, lavagem de dinheiro, superfaturamento de contratos, fraudes em concorrências e pagamento de propinas.

Depois de todos estes escândalos, e de muitos mais, agora as crianças de São Paulo ficam conscientes de que merenda escolar deles poderia ser melhor, mas a parte importante da proteína vai para os ladrões de alunos.

Como se não bastasse esse governo tucano, temos o do Paraná, contra o qual o Ministério Público acaba de mandar abrir inquérito sobre sonegação de imposto, dinheiro do povo que se não fosse sonegado, iria para a saúde, a segurança e a educação. 

A hipocrisia dos que acusam hoje faz com que o povo veja a classe politica com nojo. E como não sentir isso após notícias como a de um procurador, que denunciou que o Partido Popular foi o segundo partido que mais recebeu propina dos escândalos da Petrobras, somando nada menos que R$ 358 milhões? 

Tudo isso sem considerar ainda os R$ 10 milhões que, segundo a própria Lava Jato, o ex-presidente do PSDB também recebeu. 

Como se não bastasse, ainda não há certeza sobre quem é o dono do avião onde estava o ex-candidato à Presidência Eduardo Campos, no trágico episódio de sua morte.

Sem falar nos escândalos recentes da construção de estádios de futebol, onde arenas tucanas foram beneficiárias de grandes reformas, que envolveram suspeita de corrupção.

Diante de tudo isso, como fica o povo? Será que em razão de estarmos no carnaval, quando o povo precisa se alienar, haja alguma dúvida de que, depois de passar os festejos, não teremos uma população raivosa, claramente com sinais de se aproximarem do sentimento de vingança?

E o que dizer ainda do risco que o Brasil está correndo, com o deboche dos parlamentares que não querem ajudar, imaginando que é melhor a convulsão de uma crise social do que os impostos. 

Estes desempregados, com toda a razão de estarem revoltados, terão apenas uma coisa em mente: como aguentar passivamente a fome, a falta saúde e falta de educação para seus filhos?