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A globalização, a corrupção e o Brasil

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O Brasil se globalizou com a corrupção do mundo, ou o mundo se globalizou com a corrupção do Brasil?

No cenário mundial, casos de corrupção vêm sangrando cofres públicos e prejudicando o povo sofrido em proporções continentais.

Em Portugal, nebulosas transações envolvendo o Grupo Espírito Santo causaram prejuízos a acionistas da Oi, num rombo na ordem de 890 milhões de euros.

Ainda em Portugal, o ex-primeiro-ministro José Sócrates - que tem maioria absoluta no parlamento - foi preso durante uma investigação sobre corrupção, lavagem de dinheiro e fraude fiscal. Junto com ele foram detidos João Pernaseu (motorista do ex-premier), Carlos Santos Silva (empresário e amigo de Sócrates), Gonzalo Ferreira (advogado que trabalha numa empresa de Carlos Santos Silva) e Joaquim Lalande de Castro (representante em Portugal da Octapharma, a farmacêutica para a qual Sócrates trabalha desde 2013, como consultor para a América Latina).

Também em Portugal, o ministro do Interior, Miguel Macedo, renunciou três dias depois de vir à tona um escândalo de corrupção pela entrega dos chamados "vistos de ouro", reservados a investidores estrangeiros. A polícia portuguesa prendeu 11 pessoas e fez 60 batidas em vários ministérios. Foram detidos vários funcionários de alto perfil, como o chefe da Polícia de Fronteira, Manuel Jarmela Palos; a secretária-geral do Ministério da Justiça, Maria Antonia Anes; e o diretor administrativo dos notários (tabeliões), Antonio Figueiredo.

Na Espanha, o rei Juan Carlos foi obrigado a renunciar ao trono após outro rumoroso caso de corrupção envolvendo sua filha, Cristina, e seu genro.

Na França, a ex-mulher do presidente François Hollande, Valérie Trierweiler, vai amealhar 1,7 milhão de euros com o livro no qual desmoraliza seu ex-marido. O sucesso da publicação mostra a vontade do povo francês de saber que seu presidente é um farsante - como afirma a ex-mulher. Não se tem conhecimento de ser movido qualquer processo contra Valérie. 

A Presidência de um país não pertence ao cidadão presidente, e sim ao povo que o conduziu ao posto. No mínimo, a autoridade responsável do setor Judiciário na França deveria agir, em defesa do povo e não do presidente. Se até agora não o fez, é porque o que a ex-mulher diz deve ser verdade.

Na Itália, o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi está proibido de concorrer a cargos públicos até 2019, após ter sido condenado por fraude fiscal na Justiça italiana. O ex-ministro italiano do Meio Ambiente Corrado Clini também é alvo de acusação de corrupção pela Procuradoria, que apura um desvio de 3,4 milhões de euros.

Isso tudo sem abordar casos graves como na Ucrânia, na Rússia e na Coreia do Norte, onde até o tio do ditador do país, Kim Jong-un, Jang Song-thaek, de 67 anos, foi executado sob acusação de traição. E até na China, procuradores apreenderam mais de 200 milhões de yuans (cerca de 25 milhões de euros) em dinheiro na casa de um alto funcionário suspeito de corrupção. O governo anunciou  que uma operação internacional  levou à prisão de 288 pessoas.

Nos Estados Unidos, Barack Obama, sem ouvir o Congresso, deu direito a voto a 5 milhões de imigrantes latinos, o que representa um significativo contingente levando-se em consideração que a votação na sua reeleição foi extremamente apertada - ele obteve 332 dos 538 votos do colégio eleitoral, contra 206 do republicano Mitt Romney. Este reforço significa que será muito difícil um republicano derrotar seu sucessor nas próximas eleições.

Enquanto isso, o governo americano se mostra preocupado com a corrupção no Brasil.