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Rio de Janeiro - do passado de construção ao presente de destruição

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O Rio de Janeiro viveu, na manhã desta terça-feira (28), mais um dia de caos. Caos que vem se tornando rotina na cidade, governada por autoridades mais dedicadas à destruição do que à construção que, num passado remoto, era a marca registrada do Rio.

Cidade que, há algumas décadas, com Carlos Lacerda, Leonel Brizola, entre outros, viveu momentos de desenvolvimento, com símbolos como o Maracanã, o Aterro do Flamengo, a Ponte Rio-Niterói, o Túnel Rebouças, os Cieps - entre tantas grandes obras que vieram para ficar - orgulhando e beneficiando a população carioca.

Hoje o carioca vive a rotina do transtorno e da destruição, com a Perimetral vindo abaixo e a Via Binário alagando no primeiro dia de chuva forte, e a cidade se transformando num canteiro de obras milionárias que servirão de maquiagem durante os poucos dias da Copa do Mundo e da Olimpíadas. Carioca que enfrenta o pesadelo dos engarrafamentos e do sacrifício diário para ir e voltar do trabalho sem qualquer alternativa nas vias saturadas da cidade. Engarrafamentos que não apenas prejudicam motoristas, mas comprometem até o socorro a vítimas, já que mesmo as ambulâncias ficam retidas nas ruas da cidade.

A queda de uma passarela, causada por um caminhão que ostentava o símbolo da prefeitura, e que deixou quatro mortos, simboliza este momento de tormento e destruição que a cidade vive. A prefeitura nega que a empresa responsável pelo caminhão estava a seu serviço, afirmando que ela estava apenas "credenciada". Momentos depois, o adesivo da prefeitura foi arrancado do caminhão, adulterando peças do acidente antes da perícia ter se concluída. Sinais de um governo que já deu outras mostras de autoritarismo, negligência e falta de compromisso com a população.

Um governo que não fiscaliza suas concessionárias, não age com rigor cobrando um serviço de qualidade para a população, mas que sabe vir a público falar para o carioca evitar usar seus carros, voltar mais cedo para casa nos feriados e avisa que "o transtorno se faz necessário", como fez Eduardo Paes na véspera do fechamento total da Perimetral.

Enquanto a cidade é transformada num canteiro de obras e a vida do carioca num inferno, profissionais que simbolizam o que há de mais nobre e fundamental para a população, como os professores e os bombeiros, enfrentam a truculência dos governos, e são expulsos debaixo de cassetetes quando reivindicam melhores condições de trabalho e reajuste salarial.

E a população de baixa renda, nas comunidade ditas "pacificadas" pelo governo, enfrentam remoções e abusos policiais, que muitas vezes resultam até em morte.

O que querem os governantes? Que respeito eles têm com os cidadãos? O Rio de Janeiro e seus habitantes, que já viveram o progresso e o desenvolvimento genuíno e consistente, não merecem tanto descaso, tanta arrogância e tanta prepotência de quem maquia a cidade e descarta suas principais e verdadeiras urgências.