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Relação Brasil – Estados Unidos

Dilma deu a entender que empresas privadas sustentam espionagem

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Em seu discurso de hoje, na abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas, a presidente Dilma Rouseff fez críticas às denúncias de espionagem supostamente feita pela NSA, agência norte-americana de segurança e afirmou que o governo brasileiro vai apresentar propostas para um marco regulatório multilateral para governança e uso da internet, que garanta a  liberdade, a segurança e o respeito aos direitos humanos.

A Presidente Dilma deixou entender que empresas privadas estão sustentando essa espionagem. “ Estamos diante de um caso grave de violação de direitos humanos e liberdade de direitos civis,” disse.

Para os analistas políticos de oposição,  a reação do governo brasileiro tem o caráter de marketing eleitoral e  a Presidente estaria explorando esse incidente para se colocar como vitima do poderoso império americano.

Anteriormente, a Presidente Dilma já havia cancelado, de comum acordo, a visita que faria ao Presidente Barack Obama, considerando como insatisfatória a resposta dos Estados Unidos à interpelação do Governo do Brasil.

Segundo opinião do Jornal O Globo, a decisão de cancelar o encontro com Obama seguiu a bravata terceiro-mundista: “falar fino com os fracos (Bolívia, etc) e falar grosso com os fortes (Estados Unidos)”.

Ao que tudo indica, a postura mais adequada e correta do Brasil seria reclamar da espionagem por via diplomática e procurar levar o assunto aos fóruns multilaterais. Não se pode esquecer que os Estados Unidos são o nosso maior parceiro comercial, o maior importador de nossos produtos industrializados, o maior investidor e fornecedor de tecnologia. O bom relacionamento entre o Brasil e Estados Unidos é da mais alta importância estratégica.

O vazamento da espionagem ocorreu em junho de 2012 e teria sido feito pelo ex-técnico da NSA, Edward Snowden, com gráficos e uma teia de comunicações entre a Presidente  Dilma, seus assessores e, possivelmente, sobre a Petrobrás.

Ernane Galvêas é ex-ministro da Fazenda e consultor econômico da Confederação Nacional do Comércio (CNC)