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Diplomata mexicano elogia formato 'BRICS+' e consequente ampliação do grupo

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Nestes dias de setembro, a cidade chinesa de Xiamen alberga a IX cúpula do grupo BRICS, tradicionalmente composta por cinco países com economias emergentes. Porém, neste ano os chineses apresentaram uma nova iniciativa para ampliar o bloco. A Sputnik Brasil falou com um dos delegados para saber sua opinião quanto ao assunto.

O formato ampliado das cúpulas dos BRICS não é novidade, constituindo uma prática comum em tais eventos. Neste ano, por exemplo, a China, no âmbito da presidência rotativa do grupo, convidou também as delegações do Egito, Tailândia, Tadjiquistão, México e Guiné. Vale ressaltar, por exemplo, que nesta terça-feira (6) o presidente russo, Vladimir Putin, se reunirá com seu homólogo mexicano, Enrique Peña Nieto.

Contudo, em abril deste ano o chanceler chinês Wang Yi apelou para a verdadeira extensão do bloco, com a possível adesão do México, Paquistão e Sri Lanka. Isso, a seu ver, tornará o grupo uma plataforma mais ampla para a cooperação dentro do projeto Sul-Sul.

Nesse respeito, ainda não foram tomadas nenhumas decisões finais, mas espera-se que este seja um dos temas de discussão nos próximos dias da cúpula.

Segundo revelou à Sputnik Brasil Sergio Ley-López, embaixador do México na China entre os anos 2001 e 2007, atual presidente da secção da Ásia-Pacífico do Conselho Empresarial para Comércio Exterior, Investimentos e Tecnologias do México, esta é uma "iniciativa excelente".

"Para que os BRICS ganhem força e façam com que suas vozes sejam melhor ouvidas, é preciso incluir outras economias em desenvolvimento com o mesmo nível de crescimento. Por exemplo, o México, a Turquia, a Indonésia… Isto tudo é o mundo em desenvolvimento e precisamos ser influentes na tomada de decisões à escala global", assinalou.

Sergio Ley-López expressou ainda sua esperança de que este projeto encontre apoio por parte dos principais integrantes do bloco.

Sputnik Brasil: Em qualquer caso, será apenas uma participação informal, em forma de diálogo, ou se pode esperar a plena integração destes países como novos membros do grupo?

Sergio Ley-López: Tudo depende de um consenso entre os 5 países [integrantes atuais dos BRICS]. Mas acho importante que outras economias façam parte do grupo, para que seja um bloco maior, não apenas um convite formal de vez em quando, mas uma participação plena. Para que criem e enriqueçam [a cooperação] com sua experiência, [estou falando dos países] que estabeleceram o desenvolvimento econômico como seu objetivo principal.

S: Ao que sabemos, o Paquistão foi anunciado como um dos países que talvez venha a fazer parte do bloco no futuro. O senhor não acha que isso, por exemplo, poderia gerar uma tensão dentro do grupo, dadas as relações complicadíssimas entre Nova Deli e Islamabad?

SLL: Muito provavelmente, sim, a parte indiana apresentará objeções à adesão paquistanesa ao "BRICS+". Mas, caso o Paquistão não faça parte do "BRICS+", isso não diminuirá a importância das outras economias com o mesmo nível de desenvolvimento serem parte do bloco.

Quanto ao Brasil, a chancelaria do país apoiou o formato "BRICS plus" para as cúpulas futuras, porém, frisou que não se trata ainda de uma ampliação plena. Aparentemente, tal iniciativa levaria ainda muito tempo para negociar.

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