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Com constantes tiroteios, Correios se recusam a entregar cartas na Maré 

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Os moradores da favela da Kelson’s – Marcilio Dias - na Maré enfrentam mais uma ausência de política pública. Devido aos conflitos entre policiais e criminosos a empresa dos Correios se recusa a fazer entregas de correspondências e encomendas. 

O Serviço do Correio é fundamental para toda a sociedade e todos reconhecem como é importante o serviço realizado pela empresa. Porém a  Associação de Moradores não é responsável por executar esse serviço. Segundo a presidência da Associação da comunidade, existe mais de 3 mil famílias sem acesso as suas respectivas correspondências. 

A vida do carteiro deve ser preservada e ele ter o seu direito de trabalhar com segurança, porém a culpa da violência na favela não é do cidadão que mora ali, a culpa é do Estado. O morador da comunidade paga seus impostos, contribui com a economia do país são a força motora desta cidade. 

Não podemos permitir que a Associação de Moradores pague pelo fato do Estado não garantir uma política de segurança pública. A polícia entra na favela unicamente para matar, não escolhe seu alvo. Seja uma criança ou um carteiro, uma bala perdida acaba destruindo sonhos e famílias. 

Alô, Correios, vamos regularizar as entregas das cartas e encomendas. O cidadão de bem que mora na favela não pode ter seus direitos violados apenas por morar em um espaço periférico. Fica um apelo de um morador. 

*Walmyr Junior é morador de Marcílio Dias, no conjunto de favelas da Maré, é professor, membro do MNU e do Coletivo Enegrecer. Atuou como Conselheiro Nacional de Juventude (Conjuve). Integra a Pastoral Universitária da PUC-Rio. Representou a sociedade civil no encontro com o Papa Francisco no Theatro Municipal, durante a JMJ