O mundo continua em
silêncio. Já passou o número de 300 mortos nos ataques terroristas na
Somália. Sem pele branca, sem olhos claros, sem comoção na mídia. Um verdadeiro
massacre acontece e ninguém fala nada.
Lembrando dos infelizes ataques terroristas na França, me recordo da comoção mundial pelos franceses que brutalmente foram assassinados. Porém, se contabilizarmos o total dos mortos nos anos de 2015 e 2016 por atos terroristas na França, veremos que não chegam a 20% comparado aos ataques na Somália, e não chega a um terço da visibilidade, repercussão e mobilização social diante da tragédia já anunciada.
As campanhas midiáticas e cibernéticas, como o uso das hashtags #prayforparis, foi a mais citada no mundo inteiro no dia do atentado na cidade de Nice. Porém a hashtag #prayforSomália não chegou nem nos trending topics do Twitter.
Comparar o valor das vidas dos franceses com a vida do povo da Somália seria um atentado à defesa dos direitos humanos universais. Mas é nítido que a morte das nossas vidas negras não são visibilizadas ao ponto de que o mundo se comova diante de tal situação.
Ficam algumas perguntas no ar: As vidas negras mortas e abandonadas na Somália não são importantes? Ou devemos nos perguntar o quanto que elas valem?
Vai ser necessário um número maior de mortes para que esse massacre ganhe as mídias internacionais? Quando essa tragédia vai ganhar a comoção do mundo, como aconteceu nas coberturas dos atentados terroristas de Nice, Paris, Las Vegas ou os de Nova York?
Está circulando nas redes uma campanha virtual para ampliar a divulgação desse atentado terrorista. Convido você, leitor, a copiar e colar nas suas redes sociais a hashtag #PrayingForSomalia
Se junte a essa rede de solidariedade!
*Walmyr Junior é morador de Marcílio Dias, no conjunto de favelas da Maré, é professor, membro do MNU e do Coletivo Enegrecer. Atuou como Conselheiro Nacional de Juventude (Conjuve). Integra a Pastoral Universitária da PUC-Rio. Representou a sociedade civil no encontro com o Papa Francisco no Theatro Municipal, durante a JMJ