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No meio de uma guerra particular que se torna pública cotidianamente 

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Bandido contra bandido. Policia contra bandido. No meio dessa insana guerra as drogas a população carioca fica refém, a margem das politicas publicas de segurança. Ancorada no medo e insegurança, de um conflito criado pelo Estado, onde vemos os moradores da cidade perderem sua liberdade. 

 A eclosão da guerra entre traficantes das facções do comando vermelho (CV) e Terceiro comando puro (TCP) deixou rastros desastrosos. O conflito gerado pelo domínio do tráfico e comércio de drogas da favela Cidade Alta colocou mais uma vez em xeque o direito do cidadão de ir e vir. Estamos em um ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA.

Nesta ultima terça feira (02/05) um campo de batalha foi instaurado nos bairros da Penha, Cordovil e Braz de Pina. A expansão do conflito para além das fronteiras da favela Cidade Alta culminou em 09 ônibus e 02 caminhões incendiados. Infelizmente tivemos dois mortos e três policiais ficaram feridos dentre os confrontos. Foram 45 presos, dos armamentos apreendidos contabilizou-se 32 fuzis, 11 granadas, 01 pistola. Um dia de violência que ficará marcado na história do país. 

Vimos a coluna dorsal da cidade do Rio de Janeiro, Avenida Brasil, ser fechada durante horas, assim como a rodovia Washington Luiz, que liga a capital do estado à baixada Fluminense, interliga a região serrana e é a principal ligação territorial com o estado de Minas Gerais. 

O erro é sistêmico. O Estado é o vilão. A sociedade está exposta a violência urbana, o cidadão de bem está literalmente à margem de uma possível segurança neste contexto em que vivemos. Vivemos dias de caos, crianças sem aula, trabalhadores sem poderem ir trabalhar e o dia repleto de tiroteios.

Por que não há a paz dentro da favela? 

Quero responder a essa pergunta com outra pergunta: por que a única coisa que o Governo manda para a favela é a polícia? Instauraram uma guerra dentro do nosso quintal e criaram o mito da guerra as drogas só para alimentar o sentimento de medo dentro da cabeça do nosso povo. Não aguentamos mais essa tortura.

* Walmyr Junior é morador de Marcílio Dias, no conjunto de favelas da Maré, é professor, membro do MNU e do Coletivo Enegrecer. Atua como Conselheiro Nacional de Juventude (Conjuve). Integra a Pastoral Universitária da PUC-Rio. Representou a sociedade civil no encontro com o Papa Francisco no Theatro Municipal, durante a JMJ