Intolerância religiosa não é
a palavra para melhor traduzir o atentado terrorista ocorrido no ultimo domingo
(9) em uma Igreja Cristã Copta no Egito. Quem semeia o ódio, fabrica e
trafica armas de guerra, mata com requinte de crueldade não está apenas
reproduzindo uma intolerância religiosa, mas quer imprimir uma imposição de uma
cultura de morte, baseada em princípios extremistas que violam diretamente a
Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O auto proclamado Estado Islâmico foi responsável pelas duas explosões, em Tanta, norte do Cairo e em Alexandria do Egito. São ao menos 45 mortos nos dois atentados. As duas comunidades que sofreram o atentado celebravam o Domingo de Ramos, abertura da semana santa da liturgia cristã. A estupides de uma mentalidade equivocada, baseada em um suposto Jihadismo, praticadas por aqueles que não sabem viver em meio à alteridade e pluralidade das mais variadas culturas, expressam o risco de um pensamento homogêneo de sociedade.
Tenho certeza que a comunidade islâmica vem sofrendo tanto quanto a comunidade cristã. A forma que o Estado Islâmico propõe um califado é muito diferente dos reais ensinamentos de Maomé. Os princípios éticos e morais praticados por muçulmanos no mundo todo são pautados no amor e solidariedade, no desejo de um mundo justo e fraterno, na busca do bem comum.
O Estado Islâmico clama por guerra. Reflexo das doentias relações de poder que devasta a dignidade da vida humana.
Porém a Humanidade clama por paz. Fruto do amor incondicional a vida, que impulsiona homens e mulheres de bem a construir a paz, independente de raça, credo ou religião.
* Walmyr Junior é morador de Marcílio Dias, no conjunto de favelas da Maré, é professor, membro do MNU e do Coletivo Enegrecer. Atua como Conselheiro Nacional de Juventude (Conjuve). Integra a Pastoral Universitária da PUC-Rio. Representou a sociedade civil no encontro com o Papa Francisco no Theatro Municipal, durante a JMJ