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Qual o papel da juventude no governo?

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A vida dos jovens brasileiros foi alterada. O investimento em políticas para juventude impactou diretamente no processo de formaçao desse jovem. A partir dessas medidas ele passou a ter acesso à educação e ao trabalho e às condições para participação nos processos sociais e políticos do país. Cerca de 51 milhões de jovens com idade entre 15 e 29 anos hoje já buscam os seus direitos, sejam eles trabalhistas ou comerciais, sociais ou culturais. Ocupando as ruas e o Congresso, são protagonistas da sua própria história.

Sua busca por direitos o levou a inúmeras conquistas, a mais recente foi a assinatura do decreto que regulamenta os benefícios de gratuidade no transporte público interestadual e de meia-entrada em eventos culturais e esportivos, ambos previstos no Estatuto da Juventude (Lei 12.852/2013). A aprovação plena do Estatuto estava parada há dois anos na mesa da presidência. Agora é lei e vai ser cumprida. 

Porém, não podemos permitir que diante da atual crise institucional a juventude brasileira sofra. Cortes, ajuste fiscal e reforma ministerial não podem gerar uma conta que a juventude tenha que pagar. Com a pauta da Reforma Ministerial a SNJ – Secretaria Nacional de Juventude não tem lugar em nenhum dos novos ministérios. Não ter lugar é ser rebaixado e perder todas as estruturas conquistadas plea luta das juventudes, ou pior, pode ser o mesmo que não existir.

Além disso, esse não lugar distancia a SNJ do CONJUVE – Conselho Nacional de Juventude, enfraquecendo esse fórum que é o principal canal de diálogo entre os movimentos organizados de juventude do país e o Governo. Defendemos a manutenção da Secretaria Nacional de Juventude na estrutura do Estado.

Não podemos esquecer que nós, associados aos mais variados movimentos sociais, estivemos nas ruas, nas marchas contra o genocídio da juventude negra, nas marchas das mulheres, nas jornadas de junho de 2013, nas mobilizações de estudantes e da juventude trabalhadora. Fomos nós que conquistamos o direito de ter uma estrutura de Estado para fortalecer as políticas de juventude. Somos nós que estamos morrendo nas periferias e favelas. Somos nós a maior população carcerária. Mas ainda somos: nós que estamos resistindo.

Não ao retrocesso! A juventude não dará nenhum passo atrás!

* Walmyr Júnior é morador de Marcílio Dias, no conjunto de favelas da Maré, é professor e representante do Coletivo Enegrecer como Conselheiro Nacional de Juventude (Conjuve). Integra a Pastoral Universitária da PUC-Rio. Representou a sociedade civil no encontro com o Papa Francisco no Theatro Municipal, durante a JMJ.