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Argentinos comemoram vitória sobre a Holanda na Fifa Fan Fest

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Nos pênaltis, a Argentina garante lugar na disputa pela taça da Copa do Mundo Fifa 2014, e impede que o primeiro lugar seja disputado apenas por seleções europeias. Na Fifa Fan Fest de Brasília, a partida foi "sufrida" para los hermanos, como eles mesmos definiram. O argentino Lino Letiere, empresário, 45 anos, fumava um cigarro atrás do outro. O amigo, José Vaggio, engenheiro de 49 anos, começou o jogo com bandeiras da seleção argentina pintadas no rosto. No segundo tempo, elas não passavam de borrões azuis e brancos.

Os dois, que não conheciam a capital brasileira, vieram para a partida entre Argentina e Bélgica, no Estádio Nacional de Brasília/Mané Garrincha. Eles conseguiram comprar ingressos para a disputa pelo terceiro lugar, que também será em Brasília, entre Brasil e Holanda. "Não queríamos que a Argentina jogasse mesmo", diz Letiere. O jogo acaba, ele está vermelho de tanto pular, quase não saem palavras.

O público da Fifa Fan Fest foi reduzido em relação à partida de ontem entre Brasil e Alemanha, quando 25 mil pessoas estiveram no local, segundo a produção do evento. Hoje foram 5 mil. A Polícia Militar (PM) do Distrito Federal não registrou nenhuma ocorrência durante a partida.

A alguns metro dos amigos argentinos, o holandês Wooter Dekker, engenheiro de 53 anos, assistia e lamentava o jogo com a esposa, a brasiliense Cléa Lourenço, 43, escrituária. O próximo jogo vai ser um problema para o casal, já que ela não abre mão de torcer pelo Brasil. Eles são casados há 15 anos e moram em Berlim. Ela aproveitou a Copa também para visitar a família. Dekker tinha esperanças de jogar contra a Alemanha. "Seria uma revanche da Copa de 74. A Alemanha venceu, mas não foi justo", diz.

A presença massiva de brasileiros com camisas amarelas, percebida nos últimos jogos, não ocorreu hoje. Nem mesmo ouviram-se os típicos gritos de provocação aos argentinos, exaltando os mil gols de Pelé. "Ontem foi muito feio", disse o estudante Moisés Gama, 17 anos, com uma bandeira argentina nas costas. "Meu avô era argentino", justifica o brasileiro que agora torce para os hermanos.

A derrota de ontem para a Alemanha, no entanto, não desanimou a servidora pública Rosana Castro, 28 anos. Vestindo laranja da cabeça aos pés, ela esperava a vitória da Holanda. Agora, quer que a Alemanha vença: "Não quero que a Argentina ganhe a Copa no Brasil; imagina"!

A professora de música Miriam Rodrigues, 41, também reforçava a torcida contra a Argentina. De camisa preta, ela estava com os filhos e as sobrinhas. "Ontem foi uma fatalidade", lamentou. Aos 25 minutos do primeiro tempo de jogo, o filho de Miriam, o estudante Guilherme, 12 anos, comparou: "A gente já estava perdendo por cinco gols".

A seleção argentina segue agora para o Rio de Janeiro e enfrenta a Alemanha no Estádio do Maracanã, no próximo domingo (13). A Holanda enfrenta o Brasil  pelo terceiro lugar, em Brasília, no sábado (12).