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Tricampeão Dadá Maravilha pede apoio da torcida brasileira à seleção

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Com a autoridade de quem foi tricampeão mundial pelo Brasil na Copa de 1970 e um dos melhores jogadores em sua posição nos anos seguintes, o atacante Dadá Maravilha pede que a torcida brasileira apoia com todo o fervor a seleção rumo ao hexa.

Ele está acompanhando os treinos da seleção brasileira na Granja Comary, em Teresópolis, onde é reconhecido por torcedores e jornalistas  que o param a todo momento, para um cumprimento, uma conversa ou foto.

“O Brasil é o único que vai entrar com 12 em campo. Os 11 jogadores, mais o torcedor, que é o 12º. Eu estou entusiasmado, porque no Hino Nacional a torcida já estará fazendo um a zero. Que a gente canta e escuta lá no planeta Marte. À torcida brasileira, peço apoio total. Que reine o patriotismo, para provar que somos uma só pátria.”

Dadá faz questão de não misturar política com futebol, mas diante das manifestações que tomaram as ruas do país desde junho do ano passado, faz um alerta: “Tudo vai depender dos jogadores dentro de campo. Se eles fizerem um espetáculo, todo mundo vai abraçar o Brasil. Agora, se o time não jogar bem, as manifestações vão aumentar,” disse.

Para ele, o momento principal será a abertura da Copa, entre o jogo do Brasil e Croácia, na próxima quinta-feira, dia 12, no Arena Corinthians, em São Paulo. “A primeira partida é a mais importante. Porque se for bem, o entusiasmo aumenta. Mas se ganhar na bacia das almas ou se empatar, aí o torcedor já entra no segundo jogo com espírito de vaia.”

Segundo Dadá, a presença do Brasil na final já está garantida, mas é preciso estar atento às surpresas, principalmente as possíveis zebras latino-americanas.

“Eu acredito que a seleção esteja garantida e vai ser até campeã. Mas a zebra não está longe de acontecer. Se isso ocorrer, México e Uruguai estão no páreo. Eu acho que o Brasil vai ser campeão, mas se não formos nós, será um time sul-americano, como Argentina ou Chile”, disse.

Sobre os europeus, o atacante só demonstra temor diante da seleção da Alemanha. “Quem está mais competitivo é o alemão. É um perigo muito grande.”

Em relação ao time atual, Dadá disse que é uma equipe muito equilibrada, sem depender excessivamente de um ou outro jogador. Segundo ele, Felipão está com a equipe na mão. A única ressalva é quanto à parte psicológica da estrela da equipe, o atacante Neymar.

“Se eu tivesse que conversar com o Neymar, diria para não se preocupar com a parte física e técnica, porque ele é o cara. Mas eu daria um conselho. Eu vi dois jogos dele. Num ele deu cotovelada e no outro deu na canela do cara. O juiz poderia até expulsá-lo. Ele está muito nervoso. Está batendo boca com os jogadores. Ele tem que saber que é o Neymar, então todo mundo quer aparecer em cima dele. Tem que se cuidar e jogar só futebol. Se fizer isso, não tem para ninguém,” explicou.

Dadá fez parte da equipe tricampeã no México, ao lado de craques como Jairzinho, Gérson, Rivelino e Pelé, sob o comando de Mário Lobo Zagallo. Nos anos seguintes, contudo, ele não voltou mais a ser convocado, o que lhe deixou um pouco decepcionado.

“Em 1970 era o jogador que mais fazia gol no mundo. Estava em uma fase que cruzavam na área e todo mundo sabia que era gol. Eu tinha 24 anos, estava voando. Nas duas outras Copas que eu podia ir, em 1974 e 1978, quando era artilheiro e ídolo no Brasil, não me convocaram. Eu não tenho nada a reclamar, mas pela fase que estava, fiquei triste,” observou.