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EUA acusam China, Irã e Coreia do Norte de interferirem na política americana

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WASHINGTON - Depois do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter sugerido pelo Twitter no último sábado que a China interferiu nas eleições americanas de 2016, coube ao seu conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, explicar as declarações do republicano. Em visita a Israel, Bolton não apenas confirmou que a Casa Branca trabalha com a hipótese da interferência chinesa, como também suspeita de atuação semelhante por parte do Irã e da Coreia do Norte nas eleições legislativas deste ano. 

Em entrevista à rede de televisão americana “ABC”, o funcionário evitou detalhar se o governo acredita que os chineses chegaram a interferir no pleito de 2016, como pareceu sugerir o presidente, mas ressaltou que trabalha para evitar qualquer intromissão nas eleições de novembro deste ano. “Certamente posso dizer a vocês que é ameaça suficiente à Segurança Nacional dos EUA - a ingerência da China, do Irã, a da Coreia do Norte - para que tomemos medidas a fim de tentar interrompê-la”, declarou Bolton. 

No sábado, Trump mencionou o assunto pela primeira vez no Twitter. “Todos os idiotas que estão tão voltados para a Rússia deveriam olhar para outra direção - a China. Mas, no final, se formos inteligentes, firmes e bem preparados, nos daremos bem com todos eles!”, escreveu o presidente americano na rede social. 

Recentemente, após a criticada cúpula com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, Trump resistiu a aceitar a hipótese de interferência russa no pleito que o elegeu, mas acabou cedendo, sem deixar de ressaltar que “outros países” estariam envolvidos. Em julho de 2017, seu então chefe de gabinete Reince Priebus afirmou que China e Coreia do Norte interferem nas eleições americanas “há muitos anos”, mas não apresentou provas.

As acusações de Trump e Bolton foram realizadas em meio aos novos ataques do presidente contra Robert Mueller, procurador especial responsável pela investigação da intervenção russa na eleição presidencial de 2016, com o objetivo de deslegitimar o que o bilionário chama de “caça às bruxas”. O presidente chamou o trabalho de Mueller de “macartismo da pior espécie”, em referência a Joseph McCarthy, ex-senador que comandou durante os anos 50 uma campanha anticomunista denunciando cidadãos americanos de traição, na maioria das vezes sem provas.