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Turquia aumenta tarifas sobre produtos dos EUA

Medida é retaliação por taxas do governo norte-americano

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O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, decretou nesta quarta-feira (15) o aumento de taxas sobre importações de produtos norte-americanos.

As tarifas subiram 120% para os carros, 140% para as bebidas alcoólicas e 60% para o tabaco. Outros produtos afetados foram frutas, carvão, cosméticos e arroz. No total, as taxas somarão US$ 533 milhões, uma pequena parte das importações turcas de produtos norte-americanos, que somam US$ 19 bilhões.

"A Turquia não é a favor de uma guerra econômica, mas não podemos permanecer sem reação se formos atacados", disse o porta-voz de presidência, Ibrahim Kalin. "O aumento é para contrastar com o ataque deliberado da administração norte-americana à nossa economia", comentou o vice-presidente do país, Fuat Oktay em sua cota no Twitter.

O anúncio teve efeito sobre a cotação da lira, a moeda do país, que teve valorização de 6% na manhã desta quarta-feira (15) e é negociada na casa dos 6,05. É o segundo dia de recuperação consecutivo da moeda, que também reagiu bem ao anúncio de um plano econômico por parte do governo. Mesmo assim, a lira acumula queda de 35% em 2018.

A crise diplomática não é o único fator que interfere na crise econômica turca. Os investidores não aprovam a postura do banco central local, que se nega a aumentar a taxa de juros, apesar de a inflação no país já atingir o patamar de 16%.

Na última terça-feira (14), Erdogan anunciou o boicote aos produtos eletrônicos norte-americanos sem dar maiores detalhes sobre como a medida seria aplicada.

A Turquia rejeitou um apelo para libertar o pastor norte-americano Andrew Brunson, acusado de terrorismo e espionagem durante um tentativa de golpe de Estado no país, em 2016. O religioso cumpre pena de 35 anos pelos crimes.

Em junho deste ano, a Turquia já havia imposto tarifas de US$ 1,8 bilhões sobre os mesmos produtos a que se aplicarão as tarifas anunciadas nesta quarta-feira (15), em resposta às primeiras taxações de Donald Trump.