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Denunciado assassinato de ativista ambiental indígena na Amazônia

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Organizações civis e de defesa dos direitos humanos denunciaram nesta quarta-feira (15) o assassinato de um defensor ambiental indígena na Amazônia, como consequência do conflito rural na região.

"O cacique Jorginho Guajajara, da Terra Indígena Araribóia, na Amazônia maranhense, foi assassinado no último fim de semana", afirmou o Instituto Socioambiental, organização civil que aborda temas sociais e ambientais.

O corpo de Guajajara foi encontrado no domingo em um município do Maranhão.

A organização Survival International afirmou em um comunicado que "Jorginho era um líder do povo Guajajara aclamado internacionalmente pelo seu trabalho de 'Guardiões da Amazônia' na região mais ameaçada da Amazônia brasileira".

Até o momento não foi possível obter informação por parte das autoridades regionais contactadas.

O Brasil terminou 2017 como o país com o maior número de assassinatos de ambientalistas no mundo: 57 mortos, incluindo três massacres nos quais faleceram 25 pessoas, de acordo com um relatório divulgado em julho pela ONG Global Witness. A cifra equivale a 27,5% do total de 207 mortos no mundo.

Esse balanço foi questionado pelo governo brasileiro, que acusou a ONG de usar "dados equivocados, inflados, frágeis e uma metodologia duvidosa".

O assassinato de Jorginho "faz parte de uma sequência de mortes e assassinatos que vêm acontecendo pela disputa madeireira na região", disse à AFP Sônia Guajajara, líder indígena e atual candidata a vice-presidente do Brasil na chapa com Guilherme Boulos (PSOL).

"As lideranças indígenas fazem um trabalho de proteção e acabam pagando com a própria vida", acrescentou Guajajara, que também denunciou o caso em suas redes sociais.

Membros do povo Guajajara, ouvidos pelo Instituto Socioambiental, denunciam a falta de ação por parte das autoridades e assinalam a presença de extratores de madeira em suas terras.

O Maranhão é alvo do desmatamento, inclusive dentro do território indígena. Cifras do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais afirmam que 71% da floresta do estado foram desmatados.

Os Guajajara se organizaram em grupos de proteção, conhecidos como "Guardiões da Amazônia", que enfrentam "uma máfia madeireira agressiva, poderosa e armada, com laços estreitos com políticos locais e nacionais", declarou Stephen Corry, diretor da Survival International.

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