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Documentos secretos acusam ex-assessor de Trump em caso de ingerência russa

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O FBI acredita que um ex-assessor de campanha de Donald Trump estava "colaborando" com a Rússia enquanto trabalhava para influenciar nas eleições presidenciais de 2016, revelaram documentos secretos entregues a organizações de notícias americanas.

O presidente dos Estados Unidos reagiu neste domingo (22) classificando as escutas telefônicas de seu ex-assistente como parte de uma conspiração partidarista e ilegal porque algumas das informações tratadas pelo FBI eram oriundas de fontes democratas.

"Pode-se dizer cada vez mais que a Campanha Presidencial de Trump foi ilegalmente espionada (vigiada) para que a desonesta Hillary Clinton obtivesse benefícios políticos", tuitou o presidente, sem dar mais detalhes a respeito.

Carter Page, assessor de política externa da equipe de Trump durante a campanha presidencial de 2016, é mencionado diretamente em um documento do organismo encarregado de controlar a vigilância dos espiões, a Foreign Intelligence Surveillance Court, datado de outubro de 2016, segundo elementos publicados pelo jornal The New York Times.

"O FBI pensa que Page foi alvo de recrutamento por parte do governo russo", assinala o texto escrito por um funcionário da polícia federal americana.

A publicação desse informe acontece pouco mais de uma semana depois que o procurador especial encarregado de investigar as ingerências do Kremlin nas eleições americanas acusasse doze agentes da inteligência russa por ter hackeado os computadoras do Partido Democrata.

A vigilância sobre Carter Page se converteu em fevereiro passado em alvo de uma forte rivalidade entre democratas e republicanos no Congresso.

Os republicanos redigiram uma nota na qual afirmam que o FBI baseava a vigilância a Page em uma missão financiada pelo Partido Democrata e a equipe de campanha de sua candidata, Hillary Clinton.

Desafiando o diretor do FBI e o Departamento de Justiça, Donald Trump liberou então esta nota de cerca de quatro páginas, em que se apoiavam no documento agora revelado.

A Casa Branca bloqueou em um primeiro momento a publicação de uma contra-nota proveniente dos democratas, segundo a qual a vigilância a Carter Page "estava fundada em provas irrefutáveis e em um motivo razoável".

O New York Times informou que um juiz aprovou o documento inicial de escuta telefônica, uma autorização ratificada posteriormente em três oportunidade por outros magistrados.

No documento, redigido um mês antes da vitória de Trump, o FBI diz acreditar que "os esforços do governo russo são coordenados com Page e talvez com outros indivíduos associados à campanha do Candidato #1", em referência ao postulante republicano.

"Page estabeleceu relações com funcionários do governo russo, incluindo agentes da Inteligência", acrescenta o texto.

Carter Page, que até agora não foi acusado formalmente, declarou neste domingo à CNN: "Não, nunca fui agente de um poder estrangeiro".