O presidente Donald Trump criticou nesta quinta-feira (19) o Federal Reserve (Fed), Banco Central americano, por considerar que o curso altista da taxa de juros atrapalha seus esforços pelo crescimento da economia.
O comentário é inusitado por romper com a histórica prática do poder Executivo de abster-se de comentar as decisões do Fed, em respeito à independência da instituição.
Para conter o crescimento da inflação que se insinua na maior economia do mundo, o Fed subiu sete vezes desde 2017 a taxa de juros e considera pelo menos mais outros dois aumentos neste ano.
Essa prática encarece o custo do dinheiro e impacta no crescimento, evitando o reaquecimento da economia.
"Não estou satisfeito", disse Trump em uma entrevista divulgada nesta quinta-feira, "porque estamos crescendo e cada vez que crescemos, eles elevam a taxa de novo".
"Isso não me deixa feliz, mas eu os deixo fazer o que pensam ser o melhor", acrescentou.
O porta-voz do Fed não quis comentar as declarações de Trump. Mas lembrou que neste mês o presidente do Fed, Jerome Powell, disse "não estar preocupado" por qualquer ameaça à independência da instituição.
Trump disse que o aumento dos juros deixou os Estados Unidos em desvantagem em relação à União Europeia e ao Japão.
O Fed é presidido desde fevereiro por Powell, que foi nomeado por Trump.
Economistas consideram que a ingerência do Poder Executivo nos bancos centrais pode ter consequências desastrosas, entre elas a hiperinflação e a desvalorização da moeda.