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Mais de 300 crianças imigrantes retidas em centros na França em 2017, um recorde

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O número de menores imigrantes postos em centros de acolhida aumentou 70% em 2017 - afirmaram nesta terça-feira (3) várias associações que denunciam a eficácia "muito limitada" desse sistema de retenção de pessoas em situação clandestina antes de serem expulsas.

Ao todo, 304 crianças, com 147 famílias, foram retidas nesses centros no ano passado. Na França, ao contrário do que acontece nos Estados Unidos, os filhos não são separados de seus pais.

"O confinamento de crianças acompanhantes em alguns CRA alcançou um número recorde, embora isso pudesse ser evitado facilmente", apontam em seu informe anual as associações autorizadas a intervir nos chamados Centros de Retenção Administrativa (CRA).

Em 2016, foram contabilizadas 179 crianças reclusas com 88 famílias na França metropolitana. Em Mayotte, um arquipélago francês do oceano Índico que enfrenta um forte fluxo de migrantes procedentes do arquipélago das Comoras, 2.493 menores foram levados para centros fechados no ano passado.

"Estes lugares são inaptos e muito traumatizantes para as crianças", estimam as associações, que apontam que "várias decisões da Justiça condenam esta prática".

A duração da reclusão é relativamente curta na França: 70% das famílias são postas ali para organizar sua expulsão, "com frequência na véspera para uma expulsão no dia seguinte".

As crianças em questão também são bem menores: no ano passado, metade (52%) tinha menos de seis anos, e 25%, entre 6 e 12, completa o relatório.

No total, 10.114 imigrantes em situação ilegal foram expulsos desses centros no ano passado.

cg-meb/es/tt