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'Renda de cidadania' na Itália exigirá trabalho gratuito

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O ministro do Trabalho da Itália, Luigi Di Maio, afirmou nesta sexta-feira (22) que os beneficiários de seu futuro programa de "renda de cidadania" terão de oferecer pelo menos oito horas semanais de trabalho voluntário.    Bandeira do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), o projeto prevê o pagamento de até 780 euros por mês para pessoas desempregadas ou que ganhem abaixo desse valor e impulsionou a votação da legenda no sul do país, que registra taxas de desocupação acima da média nacional.    

Em um congresso da União Italiana do Trabalho (UIL), Di Maio afirmou que o objetivo da renda de cidadania não é dar dinheiro para as pessoas "ficarem no sofá".  

"É dizer com franqueza: 'Perdeu o trabalho? Agora você tem de passar por um percurso de requalificação e ser inserido em novos setores. Mas, enquanto se forma e o Estado investe em você, eu te dou uma renda, e você, em troca, dá a seu prefeito oito horas de trabalho gratuito de utilidade pública por semana", explicou.    

A proposta é uma das mais polêmicas do programa de governo entre M5S e Liga, já que demandará investimentos bilionários, em um país que possui a segunda maior dívida pública da zona do euro - cerca de 130% do PIB.   Segundo o ministro de Finanças da Itália, Giovanni Tria, o assunto sequer foi discutido até o momento. "A renda de cidadania levanta muitas objeções, mas acredito muito nela.  Vamos realizá-la sem que haja abusos", garantiu Di Maio.