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Imigrantes visitam Museu Arqueológico de Nápoles

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Em um momento em que a política migratória é um dos principais assuntos na Itália e na Europa, um museu de Nápoles abriu suas portas para que imigrantes pudessem conhecer a cultura do país. 

O Museu Nacional Arqueológico de Nápoles abraçou a iniciativa "SOS Umanità" (SOS Humanidade), organizada pela "Associazione 3 Febbraio", que luta contra o racismo e a xenofobia na Itália. "É a primeira vez que um museu de tamanha importância abriga uma assembleia com os imigrantes e que considera o acolhimento como uma forma de luta social, mas também como algo humano", explicou Gianluca Petruzzo, da 3 Febbraio. "Vir aqui significa ser encorajado a ter esperança e a conhecer outras pessoas que amam o país que estamos, a Itália", descreveu o nigeriano Kingsley, de 32 anos, após a visita.    

No local, os imigrantes puderam conhecer coleções do período renascentista, estátuas da época romana e descobrir um pouco sobre as escavações de Pompeia e a erupção do vulcão Vesúvio, em 79 d.C.  Mas também puderam contar a história colonialista de seu país de origem, bem como falar sobre a atualidade italiana. "O racismo está no mundo todo, mesmo na Itália. Mas está aumentando, principalmente na Campânia, onde atiram em nós nas ruas", disse Boubacar, senegalês de 26 anos, referindo-se ao jovem do Mali que foi baleado em Nápoles. "Esse novo governo quer colocar um muro entre nós e o povo italiano. Eu tenho medo. Fugi do Senegal e me sinto de novo em perigo aqui", acrescentou. 

O Museu Arqueológico ainda mostrou a disposição étnica do território italiano, recordando que os micênicos, fenícios, gregos e etruscos atracaram no país séculos atrás. "Dessa miscigenação nasceram as primeiras grandes polis", lembrou o diretor do museu, Paolo Gulierini. "Eu sou da Toscana.  200 anos atrás eu também seria considerado um estrangeiro em Nápoles".