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Macron e Merkel discutem controle migratório e orçamento da UE

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França e Alemanha querem conseguir um acordo europeu para que os migrantes sejam devolvidos aos países de entrada da União Europeia, declarou nesta terça-feira (19) o presidente francês, Emmanuel Macron ao término de uma cúpula com a chanceler alemã, Angela Merkel.

Macron prometeu um controle mais eficaz da migração, quando a UE se vê confrontado com uma "escolha de civilização" em face aos eurocéticos.

Objetivo inicial do encontro, a criação de um orçamento para a zona do euro, reclamada pela França, recebeu um acordo de princípio, mas seu montante e suas modalidades serão negociados posteriormente. Isso desapontou Paris, que esperava "um acordo substancial" após meses de negociações.

Após três horas de discussões em Meseberg, perto de Berlim, os dirigentes anunciaram que vão trabalhar em um acordo entre diversos países para devolver qualquer solicitante de asilo ao país onde ele foi registrado pela primeira vez.

- Aliança -

"Vamos trabalhar juntos para uma solução intergovernamental ou multigovernamental com os Estados membros que sejam afetados" pela entrada em massa de migrantes, para que essas pessoas "possam ser devolvidas o quanto antes ao país onde foram registradas", acrescentou.

Antes, Macron defendeu uma resposta europeia ao desafio migratório da UE, e uma maior capacidade de vigilância de suas fronteiras.

"É necessária uma resposta europeia ante o desafio migratório", declarou.

"A Europa deve ter mais capacidade de vigilância de suas fronteiras externas e também mais mecanismos de solidariedade tanto no exterior como no interior de nossas fronteiras", acrescentou, referindo-se à chegada em massa de migrantes.

- Orçamento da zona do euro -

Macron e Merkel também alcançaram um princípio de acordo acerca do orçamento para a zona do euro, embora a maior parte das decisões tenha sido postergada.

"Nós nos comprometemos a favor de um orçamento do euro", afirmou Merkel na coletiva de imprensa conjunta.

Macron defende há tempos esse instrumento de solidariedade e estabilidade.

Esse orçamento poderá ser estabelecido em 2021, afirmou o presidente francês.

Eles concordaram em criar sistemas de ajuda aos países da zona do euro em dificuldade, através de empréstimos não condicionados por programas de reforma, e do princípio de uma forma de seguro-desemprego europeu.

Eles também chegaram a um acordo para criar uma rede de segurança contra falências bancárias, que ainda precisa de mais trabalho.

Paris e Berlim mencionaram ainda seu desejo de "até o final de 2018 chegar a um acordo da UE sobre a tributação justa" dos gigantes digitais, sem dar maiores detalhes.