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Guatemala acusa EUA de violar direitos humanos de famílias de imigrantes

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O governo da Guatemala acusou os Estados Unidos nesta terça-feira (19) de violar os direitos humanos dos imigrantes com sua política de "tolerância zero" que separa os grupos familiares sem documentos que chegam à fronteira americana.

A Guatemala "lamenta, condena e rechaça a política migratória impulsionada pelo governo dos Estados Unidos por considerar que viola os direitos humanos e destrói a unidade familiar", assinalou a Chancelaria guatemalteca em comunicado.

O Ministério das Relações Exteriores da Guatemala também pediu ao governo do presidente Donald Trump para "reconsiderar" suas políticas migratórias e "buscar ações que garantam seus objetivos sem atropelar os direitos dos migrantes nem a unidade familiar".

Antes da publicação, a chanceler Sandra Jovel declarou a jornalistas que a rede de escritórios consulares do país centro-americano nos Estados Unidos deu seguimento ao plano migratório, "que é um tema de preocupação para o governo da Guatemala".

A Chancelaria também indicou que a situação migratória será analisada em uma visita que o vice-presidente americano, Mike Pence, realizará à Guatemala em 28 de junho em seguimento ao apoio aos atingidos pela recente erupção do Vulcão de Fogo, que deixou 110 mortos e 197 desaparecidos.

Ao menos 465 crianças guatemaltecas figuram entre os 2.342 menores de idade que foram separados de suas famílias após entrarem clandestinamente no país americano de 5 de maio a 9 de junho, de acordo com dados oficiais, detalhou Jovel.

A chanceler acrescentou que os menores de idade "não estão detidos", mas se encontram "em abrigos onde estão tendo o melhor tratamento possível", embora vários ativistas afirmem que crianças e adolescentes permanecem em unidades cercadas por grades metálicas que dão a impressão de ser uma enorme jaula.

A Secretaria de Comunicação da presidência Guatemalteca anunciou a destituição do porta-voz presidencial Heinz Hiemann depois que este mencionou na segunda-feira, durante uma entrevista coletiva, que a Guatemala "era respeitosa" da política migratória dos Estados Unidos.

"As declarações feitas por (...) Hiemann (...) não representam a postura do presidente da República, Jimmy Morales", detalhou a instituição em comunicado.

Segundo cifras oficiais guatemaltecas, 1,5 milhão de guatemaltecos vivem nos Estados Unidos e somente entre 300.000 e 400.000 têm residência legal.

A pobreza e as altas cifras da violência na Guatemala forçam milhares de cidadãos a emigrar, principalmente para os Estados Unidos.

hma/rsr/cb