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Mais de 50 combatentes pró-regime morrem em ataque no leste da Síria

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Pelo menos 52 combatentes pró-governo morreram na madrugada desta segunda-feira (18) em bombardeios no leste da Síria, configurando o ataque mais letal desde fevereiro - informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

A ofensiva teve como alvo a localidade de Al-Hari, situada perto da fronteira com o Iraque, onde milícias estrangeiras combatem ao lado do governo Bashar al-Assad.

Entre os mortos, "estão 30 combatentes iraquianos e 16 sírios, incluindo soldados e membros de milícias leais ao regime", disse à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, acrescentando que os outros seis soldados ainda não foram identificados.

O Observatório também não identificou a origem dos ataques, os mais letais em meses de luta contra as forças do governo, segundo esta ONG.

Uma fonte militar em Deir Ezzor disse à AFP que aviões de combate "lançaram ataques aéreos contra posições conjuntas sírio-iraquianas em Al-Hari".

Veículos da imprensa estatal síria atribuíram os ataques à coalizão internacional dirigida pelos Estados Unidos, uma afirmação desmentida por uma fonte das forças antiextremistas.

Citando uma fonte militar, a agência oficial Sana afirmou que aparelhos da coalizão internacional mataram e feriram várias pessoas, sem dar detalhes.

"Não houve nenhum ataque por parte das forças americanas, ou da coalizão nessa zona", afirmou uma fonte da coalizão, que disse, porém, estar "a par dos ataques [...] que mataram e feriram vários combatentes do Kataeb Hezbollah", uma milícia xiita iraquiana patrocinada pelo Irã.

- Diferentes ofensivas -

A cidade de Al-Hari fica na província leste de Deir Ezzor, rica em petróleo, onde as Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiadas pelos Estados Unidos, e as forças sírias do governo, apoiadas pela Rússia, lançam ofensivas diferentes contra o grupo Estado Islâmico (EI).

O EI perdeu quase todo território que chegou a controlar em 2014 entre Síria e Iraque, mas continua presente em zonas desérticas transfronteiriças, sobretudo, em Deir Ezzor.

As forças do governo controlam os territórios ao oeste do rio Eufrates, que atravessa a província de Deir Ezzor, enquanto as FDS lutam por expulsar o EI de várias localidades situadas ao leste, perto da fronteira iraquiana.

Desde 2017, há uma linha de "contenção" ao longo do rio para impedir os confrontos entre as FDS e as forças pró-regime.

A coalizão, que intervém na Síria desde 2014 para combater o EI, golpeou o regime nos últimos anos.

Em 24 de maio, 12 combatentes pró-governo morreram em um ataque aéreo contra posições do Exército sírio ao sul de Bukamal, uma cidade tomada do EI pelo regime em novembro passado, a alguns quilômetros da fronteira.

O OSDH e a imprensa estatal atribuíram o ataque à coalizão, mas o Pentágono desmentiu.

Em 7 de fevereiro, a coalizão reconheceu ter matado pelo menos 100 combatentes pró-regime na província de Deir Ezzor em represália a um ataque contra posições das FDS.

E, em setembro de 2016, ataques contra posições militares do regime mataram mais de 60 soldados sírios. Na época, a coalizão reconheceu ter confundido as forças do regime com extremistas.

Os ataques contra Al-Hari aconteceram um dia depois de as FDS recuperarem Dashisha, uma localidade situada no norte da província de Hasaka.

Dashisha representava um "importante bastião" do EI nesta província e se encontrava em um "corredor vital" que outrora unia os territórios dos extremistas na Síria e no Iraque, segundo o diretor do OSDH.

Desde 2011, a guerra na Síria deixou mais de 350.000 mortos e milhões de deslocados.

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