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CEO da Audi é detido por escândalo 'dieselgate'

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O CEO da Audi, Rupert Stadler, foi detido por suspeitas de fraude relacionadas ao "dieselgate" da empresa matriz, Volkswagen, escândalo dos motores adulterados para dissimular o nível real de emissão de gases poluentes dos veículos da marca.

Essa é a primeira vez que um executivo de alto escalão é preso pelo caso. Stadler, à frente da Audi há 11 anos, foi acusado de "fraude" no fim de maio e de cumplicidade "de emissão de falsos certificados" pelo Ministério Público de Munique, que fez buscas e apreensões em sua casa.

A Audi confirmou a detenção à AFP, sem revelar mais detalhes, recordando apenas a presunção de inocência.

O Conselho de Vigilância da Volkswagen decidiu nesta segunda-feira (18) suspender Stadler e substituí-lo pelo holandês Bram Schot, disse a imprensa alemã.

O Conselho de Vigilância da Audi, presidido pelo CEO da Volkswagen, deve obedecer a decisão de sua empresa-matriz nesta segunda-feira, afirmou um porta-voz à AFP.

O "dieselgate" explodiu em setembro de 2015 com a Volkswagen, que controla a Audi e a Porsche.

A Agência Ambiental dos EUA (EPA) acusou a maior fabricante de automóveis do mundo de ter instalado, em 11 milhões de carros com motores a diesel, um software para distorcer os resultados de medições de poluentes.

Desde então, o "dieselgate" custou ao grupo VW 26 bilhões de euros e prejudicou a imagem do setor automotivo alemão e dos motores a diesel, sua principal tecnologia.

- Programa ilícito -

A Audi, que até recentemente não estava na mira da Justiça, foi forçada no início de junho a chamar um "recall" de 60.000 veículos A6 e A7 após a descoberta de um "programa ilícito" capaz de distorcer os níveis de emissão de gases poluentes.

Mas a marca de luxo, cujos engenheiros são suspeitos de terem contribuído para a elaboração dos programas incriminados, há muito tempo é investigada pelo Ministério Público de Munique.

Jörg Kerner, ex-gerente de motores da Porsche que se juntou à Audi em 2011, bem como Wolfgang Hatz, responsável pelo desenvolvimento dos motores Audi de 2001 a 2007 antes de assumir uma posição semelhante no grupo Volkswagen, foram presos em abril de 2018 e setembro de 2017.

No fim de maio, aconteceram operações nas residências dos dois suspeitos, depois de batidas em fevereiro, março e abril nas casas e em locais de trabalho de diretores da Audi na Alemanha, incluindo a sede da montadora em Ingoldstadt.

Várias unidades da Promotoria na Alemanha abriram investigações por fraude, manipulação de cotação na Bolsa e publicidade enganosa contra trabalhadores da Volkswagen e suas marcas Audi e Porsche, assim como a Daimler e a marca de eletrodomésticos Bosch.

O ex-CEO da Volkswagen Martin Winterkorn e seu sucessor, Martin Mueller, o atual chefe do Conselho de Vigilância do grupo, Dieter Poetsch, e o atual presidente da Volkswagen, Herbert Diess, são alvo das investigações.

O escândalo do "dieselgate" explodiu em setembro de 2015, quando a EPA acusou a Volkswagen de ter equipado 11 milhões de seus veículos a diesel, quase 600.000 deles nos Estados Unidos, com um dispositivo capaz de falsificar o resultado dos testes antipoluição e de dissimular emissões que eram, às vezes, até 40 vezes superiores aos limites autorizados.

mfp/hmn/ser/sgf/es/fp/ll/tt