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Aumentam agressões contra jornalistas no México por eleições

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O violento processo eleitoral vivido pelo México tornou os jornalistas ainda mais vulneráveis às agressões, denunciaram nesta segunda-feira (18) organizações defensoras da liberdade de expressão, que documentaram 45 casos nos primeiros cinco meses do ano.

"Dessas 45 agressões há uma cifra negra, e é essa que nos preocupa porque é a que não está sendo denunciada", disse em entrevista coletiva Balbina Flores, representante no México da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), com sede em Paris.

Assim, o número real de agressões contra repórteres entre 1º de janeiro e 31 de maio de 2018 seria maior, pois "muitos jornalistas preferem o silêncio para manter sua segurança nas zonas de risco", acrescentou a especialista.

O México, que terá eleições gerais em 1º de julho, é considerado um dos países mais perigosos para exercer o Jornalismo, com mais de 100 comunicadores assassinados desde 2000. A maior parte dos crimes permanece impune.

E ao longo do ano ao menos cinco foram assassinados.

Sobre as 45 agressões contra repórteres documentadas pelo RSF e pelo Centro de Investigação e Capacitação Proposta Cívica, 16 foram contra mulheres, 29 contra homens e quatro contra meios de comunicação.

A maioria delas incluiu ameaças, agressões físicas e campanhas de desprestígio ocorridas na Cidade do México, Puebla, Morelos e Tamaulipas.

Segundo este estudo, o mês mais violento foi maio, pelo qual se presume que "à medida que se aproxima o encerramento do processo eleitoral as agressões aumentam", disse Flores.

Ainda de acordo com esta análise, os principais agressores foram as coalizões políticas que disputam o poder nas diversas regiões do México, muitas delas infiltradas pelo crime organizado.

"A imprensa veraz é um risco para o poder político corrupto", comentou Sara Mendiola, diretora do Proposta Cívica.

As duas ONGs urgiram às autoridades e aos meios de comunicação que prevejam protocolos de segurança para seus repórteres na cobertura das eleições e depois delas.

No atual processo eleitoral do México também foram registradas cifras recorde de atentados e assassinatos contra políticos locais.

Segundo números da consultora Etellekt, desde setembro passado, quando começou o processo eleitoral, ao menos 113 políticos foram assassinados.