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Mercosul propõe ofensiva pelo livre comércio

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O Mercosul quer lançar uma ofensiva pelo livre comércio no próximo semestre para chegar a acordos comerciais com os grandes blocos mundiais - disseram os chanceleres dos países-membros neste domingo (17).

"O Mercosul se apresenta novamente ao mundo como um ator decidido a promover o comércio", declarou o ministro argentino das Relações Exteriores, Jorge Faurie, em sua intervenção no âmbito da reunião do Conselho Mercado Comum da organização, inaugurada por ele neste domingo.

O encontro antecede a cúpula semestral de presidentes programada para esta segunda-feira.

Faurie disse que a posição do Mercosul é, agora, dinâmica e quer obter "benefícios mais concretos".

O Mercosul negocia um acordo de livre-comércio da União Europeia e busca se abrir para a Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, Peru e México). O Uruguai, que assume a presidência semestral do bloco, quer avançar em acordos com a China.

- Integrar o Mercosul na energia -

O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Eladio Loizaga, disse se concentrar especialmente no livre comércio dentro do bloco onde ainda persistem barreiras.

"Devemos redobrar esforços para garantir, dentro do Mercosul, o livre trânsito de bens, especialmente os produzidos pelas pequenas e médias empresas, para que as tarifas restantes sejam uma questão do passado, para aumentar o comércio e o emprego", afirmou.

Ele se referia à necessidade de integrar os países do bloco em matéria energética, o forte do Paraguai.

"Não existem processos industriais sem energia abundante e barata, e devemos pôr essa vantagem a serviço dos cidadãos. No próximo semestre, devemos promover esse objetivo", destacou.

O Mercosul "se manteve muitos anos com uma agenda externa profundamente tímida", disse o chanceler brasileiro, Aloysio Nunes.

"Mas vamos insistir até mostrar para o restante do mundo que estamos em uma fase renovada do Mercosul (...) de maior integração econômica da América Latina", frisou, destacando que "temos vocação de regionalismo aberto para o mundo".

Nesta segunda, reúnem-se em Assunção os presidentes dos quatro países-membros do bloco: Horacio Cartes, o anfitrião do Paraguai; Mauricio Macri, da Argentina; Michel Temer; e Tabaré Vázquez, do Uruguai.

- Chamado à União Europeia -

O chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Novoa, fez um apelo à União Europeia para "que mostre uma vontade real de concluir as negociações" a favor de um acordo de livre comércio, as quais já duram 20 anos.

Nin Novoa anunciou também que dedicará seus esforços para buscar um acordo de livre comércio com a China. Segundo ele, a China, que concentra 11% do comércio mundial, já firmou, em detrimento do bloco sul-americano, tratados com países concorrentes, como Chile, Nova Zelândia e Costa Rica.

O ministro afirmou que esses países pagam menos tarifas para entrar na China em comparação com os membros do Mercosul, sobre os quais pesa uma taxa de quase 15% em produtos agropecuários.

"Apenas 9% dos nossos produtos estão isentos de tarifas", destacou Novoa, insistindo em que fechar um acordo com a China "é uma decisão estratégica".