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Sem Farc como ameaça, Colômbia elege novo presidente

País vota em 1ª eleição em meio século sem ameaça do grupo

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Mais de 36 milhões de eleitores colombianos são chamados às urnas neste domingo (27) para votar em um novo presidente, na primeira eleição com participação do ex-grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

As urnas foram abertas às 8h locais e fecham às 16h, com 11 mil centros de votação. Se nenhum dos seis candidatos conseguir a maioria absoluta dos votos, haverá segundo turno no dia 17 de junho. De acordo com as pesquisas, o favorito é o advogado Iván Duque, do partido conservador Centro Democrático, com 34% a 38% das intenções de voto. Ele tem o apoio do ex-presidente Álvaro Uribe e se posiciona contra o acordo de paz com as Farc. Em segundo lugar, aparece o candidato da esquerda, o ex-guerrilheiro do M-19 e ex-prefeito de Bogotá Gustavo Petro, com 27% a 30%. Criticado por sua ligação com o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, Petro pode entrar para a história como o primeiro líder colombiano de esquerda.

O vencedor vai suceder o atual mandatário, Juan Manuel Santos.

"Queremos que estas eleições sejam as mais seguras. Até agora, nenhum posto de votação foi mudado por questões de segurança e há muitos anos isso não acontecia", celebrou o presidente.

O pleito de hoje é o primeiro, em meio século, sem a presença das Farc como grupo guerrilheiro e ameaça desestabilizadora.

"Saiam para votar, porque queremos que seja também a eleição de maior participação da história da Colômbia", disse Santos.

O resultado das eleições também definirá se o acordo de paz assinado com as Farc será renovado ou cancelado. Negociado no governo de Santos, que não pode mais se reeleger, o acordo lhe rendeu um Prêmio Nobel da Paz, mas lhe custou perda de apoio político.