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Itália resgata jovem do Paquistão após ser forçada a abortar

Pai e irmão de paquistanesa estudante em Verona foram indiciados

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Uma estudante paquistanesa de 19 anos, residente em Verona, retornou à Itália nesta quinta-feira (24) após acusar sua família no Paquistão de obrigá-la a interromper sua gravidez.

    A jovem Farah, que estudava em Verona quando engravidou, aterrissou no aeroporto de Malpensa depois ser levada por seus parentes ao país asiático em fevereiro.

    De acordo com a denúncia da paquistanesa, seus familiares eram contra sua gravidez e seu relacionamento com Christian, paquistanês de 19 anos, residente na Itália. "Eles me sedaram, me amarraram a uma cama e me obrigaram a fazer um aborto", disse Farah.

    Segundo a imprensa italiana, Farah e sua família se mudaram para Verona em 2008. E em setembro do ano passado, a paquistanesa recorreu aos serviços sociais da Itália pedindo proteção depois de denunciar o pai por maus tratos.

    No entanto, meses depois ela acabou se reconciliando com sua família e viajou para o Paquistão. Mas, logo depois que foi obrigada a tirar o bebê pediu ajuda para suas amigas, que alertaram os professores da universidade onde estudava em Verona.

    Na sequência, as autoridades italianas verificaram que os documentos da paquistanesa haviam sido roubados e que ela estava sob "custódia" familiar.

    Como a garota não é cidadã italiana, a polícia de Verona e o Ministério das Relações Exteriores da Itália entraram em contato com as autoridades do Paquistão, que a localizaram em uma casa em Islamabad.

    "Farah finalmente retornou à Itália e agora está em um lugar seguro", disse o ministro das Relações Exteriores, Angelino Alfano, que elogiou a colaboração das autoridades paquistanesas ao garantir a segurança da jovem.

    O pai e um irmão de Farah serão ouvidos em audiência sobre a acusação de maus tratos familiares.

    O caso veio à público semanas depois da morte de Sana Cheema, jovem que residia na Itália e que foi assassinada durante uma viagem a Gujrat, no norte do Paquistão, em um caso que também envolve conflitos familiares. (ANSA)