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Militares guatemaltecos são condenados por crimes de 1981

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Um tribunal guatemalteco condenou nesta quarta-feira a penas de entre 33 e 58 anos de prisão quatro militares aposentados pelo desaparecimento forçado em 1981 do jovem Marco Antonio Molina Theissen e do estupro e tortura de sua irmã Emma Guadalupe.

Os crimes ocorreram durante a guerra civil da Guatemala (1960-1996) e o juiz Pablo Xitumul proferiu a sentença contra o ex-chefe do Estado-Maior do Exército Benedicto Lucas e os militares Hugo Zaldaña, Francisco Gordillo e Manuel Callejas.

Lucas, Zaldaña, Gordillo e Callejas foram condenados a 33 anos de prisão por crimes contra a humanidade e estupro agravado pela humilhação contra Emma Guadalupe Molina Theissen.

Pelo desaparecimento forçado de seu irmão, Marco Antonio, todos os soldados, exceto Gordillo, foram condenados a 25 anos de prisão. O tribunal absolveu Edilberto Letona das acusações.

A sentença foi decidida por unanimidade pelos três juízes que compõem o tribunal, que considerou que os militares agiram contra civis e extrapolaram a doutrina de combater grupos insurgentes durante o conflito armado.

Dezenas de ativistas, que esperaram quase 14 horas para ouvir o veredicto, aplaudiram a decisão, enquanto familiares e amigos dos militares gritaram em favor dos condenados.

Molina Theissen foi sequestrado por uma unidade do Exército na residência de seus pais, na Cidade da Guatemala, em 6 de outubro de 1981, quando ele tinha 14 anos. Ele segue desaparecido. O sequestro foi cometido um dia depois que sua irmã escapou de um quartel militar no oeste do país, onde foi torturada e estuprada em várias ocasiões por soldados.

hma/lda/mr