ASSINE
search button

Arcebispo acusado de acobertar pedofilia é afastado

Australiano pode pegar uma pena de dois anos de prisão

Compartilhar

O arcebispo australiano Philip Wilson, de 67 anos, anunciou nesta quarta-feira (23) que vai se afastar temporariamente de seu cargo após ser considerado culpado de encobrir crimes de pedofilia cometidos por outro sacerdote católico na década de 1970.

Wilson, religioso de maior escalão da Igreja Católica a ser processado judicialmente em um caso sobre abusos sexuais, foi declarado culpado ontem (22) pelo tribunal de Newscastle, na Austrália. O arcebispo corre o risco de pegar uma pena de dois anos de prisão. No entanto, nega todas as acusações. "É conveniente me afastar das minhas responsabilidades", disse.

"Se, a qualquer momento, for necessário ou apropriado dar outros passos formais, incluindo a demissão da arquidiocese, é isso que farei", garantiu em comunicado. De acordo com a nota, a decisão será válida a partir da próxima sexta-feira (25) e foi tomada após Wilson consultar seus "assessores legais".

Responsável pela arquidiocese de Adelaide desde 2001, Wilson foi acusado de acobertar abusos sexuais cometidos pelo padre James Fletcher contra quatro crianças na década de 1970, quando ambos serviam a mesma diocese.

Fletcher foi condenado em 2004 a oito anos de prisão por nove casos de abuso sexual, mas morreu 13 meses depois.

Já Wilson, que também é vice-presidente da Confederação Episcopal Australiana, ficará em liberdade sob a condição de se apresentar ao tribunal no próximo dia 19 de junho, quando será lida sua sentença. No entanto, sua condenação é mais uma polêmica para o papa Francisco, cujo pontificado tem sido marcado por diversas denúncias de abusos sexuais contra sacerdotes de igrejas católicas espalhadas pelo mundo.